Em pré-temporada com o Watford, da Inglaterra, o técnico Paulo Pezzolano demonstra gratidão pelos clubes onde teve experiência, como o Cruzeiro, onde é tido como um dos principais responsáveis pelo recente processo de reconstrução do clube. Em entrevista na Europa, o uruguaio relembrou a passagem que teve pelo Brasil.

Contratado em janeiro de 2022, o treinador, primeiro da gestão de Ronaldo Nazário, comandou o time que fez a melhor campanha do Brasileirão Série B e subiu com o clube novamente para a elite do futebol nacional. "O Cruzeiro estava na segunda divisão há dois anos, então subir de divisão não era apenas um objetivo. Era uma necessidade. Estamos falando de uma das maiores torcidas do Brasil – 10 milhões de torcedores e 60.000 pessoas nas arquibancadas a cada jogo", falou ao site "Coaches' Voice".

Conforme o profissional, subir de divisão não era o único objetivo. Ele queria implementar um novo modelo de jogo no time, com posse de bola e intensidade – o que já era nítido nas partidas da segunda divisão.

"Para mim, não bastava subir de divisão. Queríamos impor um modelo de jogo que muitos consideravam impossível naquele campeonato. Futebol de alta intensidade e domínio, mesmo em campos encharcados, como é comum na segunda divisão do Brasil, onde se joga em áreas onde chove muito. Quebramos todas as barreiras, garantindo a promoção seis jogos antes do final do campeonato – um recorde de acesso antecipado na história da divisão mais desafiadora do Brasil, com clubes como Grêmio, Bahia, Vasco da Gama e Chapecoense", afirmou.

Saída

Era claro para a torcida e para a imprensa que Paulo Pezzolano ficaria na temporada seguinte, especialmente para a disputa da Série A – o que acabou não acontecendo. Após a disputa do Campeonato Mineiro, ele deixou o Cruzeiro.

Mais tarde, a saída ficou clara: o técnico queria deixar a Toca da Raposa na virada do ano, mas decidiu dar um tempo para a diretoria procurar um novo profissional. Agora, Pezzolano contou que algumas mudanças internas o desagradaram na época.

"O passo lógico teria sido permanecer no Cruzeiro e aproveitar a experiência de comandar um gigante da primeira divisão. No entanto, sou um treinador que toma decisões com a cabeça e o coração. Após a promoção, houve mudanças internas e sabíamos que não seria fácil. Então, informei o clube que não continuaria, mas o fiz com o maior respeito à diretoria e à torcida. Por isso, decidi que ficaria até o final do Campeonato Mineiro. Isso deu ao clube tempo suficiente para encontrar um novo treinador sem pressa", contou.

Em março de 2023, a SAF celeste contratou o português Pepa. Já em abril, Pezzolano fechou com o Real Valladolid, da Espanha, equipe que também era gerida por Ronaldo Fenômeno.