A seleção brasileira tem, agora, olhos e pulmões voltados para o jogo contra a Bolívia, na próxima terça-feira (9/9), no El Alto, partida da última rodada das Eliminatórias da Copa de 2026. O estádio fica a 4.070 metros acima do nível do mar. É o clássico duelo contra o rival em campo e contra o ar rarefeito. E, para isso, foi montada uma logística especial para tentar minimizar o efeito da altitude nos jogadores.
"Nós vamos chegar três horas antes do início da partida para que os atletas sofram o mínimo possível nessa altitude fora de qualquer padrão", afirmou Rodrigo Caetano, coordenador executivo geral das seleções masculinas. E ele completou:
"É uma situação totalmente adversa, diferente, que muitos definem como outro esporte. Vamos com a melhor equipe possível para tentar terminar bem as Eliminatórias. E vencer... o Brasil já venceu na altitude. Talvez não nesse nível de altitude, pois nunca ninguém jogou lá (a mudança ocorreu no ano passado). Mas vamos tentar nos adaptar o mais rápido possível", finalizou.
Cruzeiro vai buscar Kaio Jorge e Fabrício Bruno
Com uma decisão de Copa do Brasil na mesma semana, o Cruzeiro também está preocupado com os seus atletas que defendem a seleção brasileira. O atacante Kaio Jorge e o zagueiro Fabrício Bruno estão no elenco convocado pelo técnico italiano Carlo Ancelotti.
Para isso, o dono da SAF da Raposa, Pedro Lourenço, vai enviar seu jato particular para o Rio de Janeiro, para trazer seus jogadores de volta para Belo Horizonte assim que desembarcarem na cidade. Após o jogo contra a Bolívia, a delegação brasileira seguirá em voo fretado para o Rio de Janeiro, com previsão de chegada para a manhã do dia seguinte.
'É quase jogar no céu', diz Taffarel
O preparador de goleiros da seleção, Taffarel, brinca com o tamanho do desafio. Mas também lembra que a altitude já foi superada no passado.
"Aquilo não é altitude, é quase jogar no céu (risos). A altitude é um fator que só não pode preocupar. Nas primeiras vezes, nós íamos e ficávamos preocupados porque o ar não vinha. Mas depois, já sabíamos que tínhamos que encarar normalmente. Nas últimas partidas lá o Brasil foi muito bem, corria mais que os bolivianos. Por isso o jogo foi para El Alto: para dificultar mais ainda. E todo mundo passa por isso. Agora vai ser a nossa vez", ponderou.
Utilizado no segundo tempo da partida contra o Chile, o atacante Richarlison já tem uma Copa do Mundo na bagagem e uma história construída com gols e percalços. Mas experiência suficiente para ser direto.
"É sempre difícil jogar na altitude. Já nos foi avisado no vestiário (após o duelo desta quinta-feira) que nós estamos indo lá para ganhar o jogo", concluiu. (Com Estadão Conteúdo)