Um dos rivais mais duros da América do Sul, o Boca Juniors-ARG se coloca, mais uma vez, no caminho da Raposa na Libertadores. O duelo decisivo desta quinta-feira definirá um dos semifinalistas do torneio. Além da já conhecida mística do time "Xeneize", o Cruzeiro precisará de uma vitória épica para derrubar os argentinos. O Super FC convidou analistas para apontar os caminhos que o estrategista Mano pode utilizar para inverter a vantagem argentina.
Carlos Aimar, ex-técnico do Boca Juniors e comentarista da Fox Sports Argentina
- O Boca é uma equipe muito direta: com quatro ou cinco passes, atinge o objetivo. Este jogo pode cair como uma luva caso o Boca consiga romper com a velocidade de suas pontas. O Cruzeiro precisa se atentar a isso.
- O Boca não tem identidade de jogo. Depende mais do individual ao coletivo
- É um time que não se defende muito bem e vem pressionado: é obrigado a vencer o Cruzeiro para salvar o ano. Os primeiros 15 minutos serão fundamentais para saber como o Boca vai viver os outros 75.
Lélio Gustavo, comentarista da Rádio Super Notícia 91.7 FM
- O Cruzeiro precisa tirar o Boca da zona de conforto. É tentar jogar em cima do setor mais fraco que é a defesa.
- Em La Bombonera, quando o Cruzeiro atacou sempre levou muito perigo.
- Mas o time não pode se expor muito porque com a ausência do Benedetto, o Boca pode escalar o Villa, o Pavón e o Zárate, deixando o contra-ataque muito rápido.
- Com a entrada de Arrascaeta, o Cruzeiro vai ganhar uma força de ataque não teve na Argentina, justamente um atleta que pode quebrar qualquer defesa com um drible curto.
- Será o duelo dos meios de campo, onde o Cruzeiro tem reconhecidamente sua força, com a qualidade dos volantes, do Thiago Neves, Arrascaeta e Robinho, e do Boca, que tem jogadores que sabem marcar e jogar também.
Fernando Martins Y Miguel, comentarista da Rádio Super Notícia 91.7 FM
- A saída de bola é o ponto fraco do time de Guillermo Schelotto, tendo em vista o desequilíbrio técnico entre a defesa e o ataque argentino.
- Arrascaeta e Robinho terão papeis fundamentais para a pressão pelos lados, além de auxiliar os laterais em possíveis escapadas do Boca por esses setores.
- Com as linhas adiantadas, a recuperação da bola já oportuniza o ganho de território. A atenção fica por conta das bolas longas que podem deixar os rápidos e habilidosos Pavón e Zárate no mano com a primeira linha defensiva celeste.
Mauro Cezar Pereira, comentarista dos canais ESPN
- Boca começa suas jogadas com Barios e Pablo Pérez, os mais acionados no time de Schelotto, que exige muito do veloz Pavón, seja pelos lados, buscando o fundo, ou partindo em velocidade pelo centro da cancha.
- Não é uma equipe apoiada em seu sistema defensivo, ou seja, por mais que tenha cuidados na retaguarda ante o Cruzeiro, vai atacar. Vai dar espaços.
- Embora tenha raros gols de fora da área no pós-Copa, o Boca finaliza com boa frequência de média e longa distâncias.
- O Cruzeiro vai precisar ter muita paciência e muito cuidado com o potencial ofensivo do Boca para não levar o gol.
- Buscar o placar aos poucos, sem pressão ou desespero. São 90 minutos e não levar um gol logo é importantíssimo.
- Jogo para atacar sem perder a estrutura defensiv.
Joza Novalis, estudioso do futebol e apaixonado pela América Latina. Análises diárias de jogadores, técnicos
- O Cruzeiro não tem outra alternativa senão buscar o protagonismo da partida. Porém, mais do que nunca, esse protagonismo não bastará caso se resuma ao controle da bola, ao aprisionamento do Boca em seu campo de defesa e à pressão intensa à área dos argentinos.
- O Boca poderá sofrer de todas as maneiras possíveis, mas sair vencedor caso tenha o controle mental durante a maior parte dos 90 minutos.
- A proposta do Boca vai consistir em não se defender o tempo todo e se possível fazer ao menos um gol. Isto quer dizer que independentemente de ficar ou não no seu campo de defesa, seu jogo será vertical, rápido e pelos lados do campo.
- Se no ataque o Cruzeiro terá de alternar seu jogo entre estocadas por dentro e por fora, até para confundir a pouco coordenada primeira linha xeneize, na defesa terá de se preocupar com as laterais do campo.
- Em um jogo no qual atacar se faz vital para os brasileiros, eles terão de encontrar uma fórmula de fazê-lo plantando como nunca os seus dois laterais.
- Duelo indica previamente que o sucesso para o Cruzeiro passa muito por boas performances de jogadores como Thiago Neves, Arrascaeta e Robinho.
Mário Marra, comentarista das Rádios Globo e CBN em São Paulo, blogueiro do Lance! e comentarista da ESPN
- Fazer este resultado é muito difícil, mas o Cruzeiro tem capacidade, tem uma defesa organizada e precisa se atentar ao fato de que o Boca é um time que sabe jogar no erro do adversário.
- A campanha do Boca até agora mostra um time que costuma envolver o adversário no toque de bola. Mas nos últimos jogos ficou claro que é um time mais lento quando possui a bola. Tem velocidade, mas lento quando tem a bola no meio-campo. Não é uma troca de passes rápida.
- O Boca é um time que pode tentar controlar o ritmo do Cruzeiro. Este é o grande ponto, a intensidade do time celeste.
- A formação de meio-campo do Cruzeiro é voltada ao toque de bola, mas sem aquela intensidade maluca. Aí tem um problema. O Cruzeiro vai precisar ser muito rápido para envolver o Boca sem se desorganizar defensivamente.