Paulo Pezzolano já destacou que sua principal prioridade não é defender. Aliás, vem reforçando a cada semana sua volúpia em buscar o ataque. Mas o volume produzido pelo clube no setor ofensivo vem fazendo com que a balança lá atrás também se equilibre. Já são seis jogos sem sofrer gols na Série B do Campeonato Brasileiro. No total, dentro do torneio, o time foi vazado em apenas três oportunidades, uma média de um gol a cada três partidas. 

A força defensiva do Cruzeiro é exposta em números. Afinal de contas, além de ostentar a melhor defesa, o time vem permitindo pouquíssimas finalizações aos rivais. São menos de 10 por jogo - nove finalizações por partida, sendo que apenas 2,33 em média vão em direção ao gol de Rafael Cabral. 

No último jogo da Série B, a vitória sobre o Criciúma por 1 a 0, o Cruzeiro de Paulo Pezzolano teve que desmembrar seu esquema de três defensores pela ausência de Zé Ivaldo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Com uma linha de quatro defensores, composta por Geovane Jesus, Lucas Oliveira, Brock e Rafael Santos, Rafael Cabral até precisou fazer intervenções, mas acabou outra partida sem ser vazado e com o Tigre tendo apenas seis finalizações, sendo quatro no alvo. A Raposa, por sua vez, teve 22 finalizações e uma posse de bola de 69%. 

Na próxima rodada da Série B, o técnico Paulo Pezzolano voltará a ter problemas para montar seu sistema defensivo. Apesar do retorno de Zé Ivaldo, o comandante não poderá contar com Lucas Oliveira e Geovane Jesus, suspensos. 

Com as ausências, cresce também o desafio de manter a regularidade do setor. Porém, a tendência é que o treinador opte pela manutenção de uma linha de quatro, com Zé Ivaldo ao lado de Brock e uma possibilidade da volta do experiente Rômulo à lateral-direita. No banco, para a zaga, ficaria então o jovem Pedrão, uma vez que Wagner Leonardo ainda está em tratamento. Ele se recupera de um estiramento do músculo anterior da coxa direita. 

O bom momento defensivo do Cruzeiro é reflexo de todo o trabalho da equipe, desde o setor ofensivo aos jogadores de meio-campo, quem está lá atrás e os que estão vindo do banco de reservas. 

"Todos nós viemos trabalhando muito, principalmente nós que não estamos jogando tanto. Os treinamentos são essenciais, tanto parte técnica quanto parte física. Isso a gente não pode deixar cair nunca. Em algum momento, em algum jogo ele (Pezzolano) vai utilizar a todos nós que estamos no banco. Por isso temos que estar focados, trabalhando bastante, porque isso que vai fazer a gente manter a série vitóriosa, assim como aconteceu nos últimos jogos", disse Adriano. 

O Cruzeiro volta a jogar na sexta-feira (3), às 21h30, quando encara o Operário, pela 10ª rodada do Brasileiro. A Raposa lidera a competição com 22 pontos conquistados.