Energia. Entrega. Futebol. Gols. Tudo isso faltou no jogo do Cruzeiro contra o Coritiba, realizado na tarde deste sábado (11), no estádio Durival Britto, em Curitiba, que virou uma “praça de guerra” após torcedores da Raposa invadirem o campo com o gol dos donos da casa, no minuto final. Sobrou violência. Vexame. Tristeza.
Com Ronaldo Fenômeno presente, as torcidas viveram momentos de selvageria, com a polícia jogando bombas e atirando com balas de borracha. Uma cena lamentável, provocada por um futebol de baixa qualidade técnica e que deverá render punições para o time celeste, que está na zona de rebaixamento do Brasileiro.
Agora num clima tenso, gerado pela reação dos torcedores em Curitiba, o Cruzeiro está pressionado, somando 37 pontos e permanecendo em 17º lugar, podendo ver os rivais diretos se distanciarem no complemento da rodada. Já o Coritiba, apesar da vitória, ainda está numa situação delicada, com 29 pontos, em 19º lugar, à frente apenas do América.
Precisando do resultado para sair da zona de rebaixamento, não faltaram boas intenções ao técnico Zé Ricardo: o Cruzeiro entrou em campo com um time mais ofensivo, com o meia Nikão no lugar de Filipe Machado, além de Rafael Elias, que voltava de suspensão, substituindo Arthur Gomes.
O jogo começou nervoso, com as duas equipes errando muito passes. O Cruzeiro estava um pouco melhor, buscando mais o ataque, enquanto os donos da casa não chegavam à área adversária, com dificuldades de armar uma jogada ofensiva.
Bem no início do primeiro tempo, aos 13 minutos, veio a preocupação: o volante Lucas Silva, que se machucou sozinho e caiu em campo com dores no joelho esquerdo. Ele acabou sendo substituído por Machado, um jogador mais defensivo.
O Coritiba usou como estratégia as ligações diretas entre a defesa e o ataque, sempre procurando o argelino Silmani nas pontas, mas sem resultado. O Cruzeiro, por sua vez, desperdiçou cobranças de faltas, sem fazer perigo ao goleiro Gabriel.
Com dificuldades para conseguir um lance mais claro de gol, o Cruzeiro subiu a marcação na segunda parte do tempo inaugural, forçando o Coritiba ao erro. Logo depois conseguiu uma ótima chance, com Nikão, aos 40 minutos.
Matheus Pereira, pelo lado esquerdo, cruzou para a área. O goleiro Gabriel antecipou, mas jogou a bola nos pés de Nikão, que chutou forte com o pé canhoto. O volante Andrey salvou o Coritiba, desviando a bola, que seguia em direção ao gol.
Nos instantes finais, os dois times foram ao ataque, mas a pontaria estava descalibrada e, além de gols perdidos, não faltaram jogadas toscas, num desempenho muito ruim. A baixa qualidade técnica foi o grande destaque do primeiro tempo.
No segundo tempo, o futebol continuou abaixo da crítica, mas as oportunidades apareceram. Aos 8 minutos, o lateral direito William chuta de fora da área, com a bola desviando no zagueiro Reynaldo e acertando o travessão, depois indo para escanteio.
Aos 15, foi a vez de Sebástian Gómez perdeu a oportunidade de abrir o placar no Durival de Brito. Ele também arriscou de longe, com a bola batendo na cabeça de Victor Luis e enganando o goleiro Rafael Cabral. Por sorte, ela foi para fora.
Num raro momento de lucidez, o Cruzeiro fez o gol: William fez um lançamento primoroso para Bruno Rodrigues, que ajeita a bola e finaliza sem chances para Gabriel. Mas a comemoração durou pouco. O atacante estava impedido. Zero a zero ainda.
Aos 45 minutos, veio a tragédia cruzeirense: Robson pega a defesa cruzeirense desguarnecida, após batida de falta, e chuta de primeira. Gol que incendiou a torcida do Cruzeiro, que imediatamente derrubou as grades e invadiu o campo. Os torcedores do Coxa também foram para cima e o Durival de Britto virou uma batalha campal.
Seguranças e policiais conseguiram rapidamente afastar os torcedores e leva-los de volta para a arquibancada. Mas no lado de fora do estádio, ainda se ouviam explosões e tiros. Após a retirada dos cruzeirenses, o jogo recomeçou após 38 minutos.
Com seis minutos de descontos concedidos pelo árbitro Bráulio da Silva Machado, o Cruzeiro não tirou nenhum coelho da cartola. O futebol continuou igualzinho aos 90 minutos antes da paralisação. O Coritiba só administrou o resultado à espera do apito final.
Agora, precisando mais do que nunca a vitória, o Cruzeiro pega o Fortaleza, na capital cearense, às 16h do próximo sábado. E o Coritiba terá pela frente o Fluminense, às 21h, no Rio de Janeiro, no dia 25 de novembro.
CORITIBA 1 X 0 CRUZEIRO
CORITIBA: Gabriel, Nataniel, Thalisson, Henrique (Reynaldo), Victor Luis, Sebástian Gómez (William Farias), Bruno Gomes, Andrey (Kaio César), Robson, Silmani (Diogo Oliveira) e Marcelino Moreno (Garcez). Técnico: Thiago Kosloski.
CRUZEIRO: Rafael Cabral, William, Neris, Luciano Castán, Marlon, Matheus Jussa (Ian Lucas), Lucas Silva (Machado), Nikão (Wesley), Matheus Pereira (Vital), Bruno Rodrigues e Rafael Elias (Arthur Gomes). Técnico: Zé Ricardo
GOL: Robson, aos 45 minutos do segundo tempo
CARTÕES AMARELOS: Thalisson, Marcelino Moreno, Reynaldo, Robson (Coritiba), Matheus Jussa, Ian Lucas, Neris (Cruzeiro)
LOCAL: Estádio Durival Brito, em Curitiba
ARBITRAGEM: Bráulio da Silva Machado, auxiliado por Kleber Lucio Gil e Henrique Neu Ribeiro