No país do futebol, bater aquela bolinha com os amigos é programa praticamente obrigatório para muitos brasileiros. Belo Horizonte conta com opções gratuitas para os moradores que jogam com frequência ou outros que buscam apenas um lazer no fim de semana. A capital conta atualmente com 205 quadras poliesportivas, de futsal, tênis, peteca, vôlei e recreativas, além de sete ginásios poliesportivos e também 120 campos.

Os locais, todos eles gratuitos, recebem centenas de pessoas diariamente e o número aumenta ainda mais aos fins de semana. Dos 65 parques abertos ao público em BH, 27 contam com quadras. Espaços que incentivam a prática esportiva da população brasileira, composta por 52% de pessoas que raramente praticam atividades físicas, segundo a Pesquisa Saúde e Trabalho, feita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e divulgada em junho de 2023.

A reportagem de O Tempo Sports percorreu quatro regionais para verificar o estado de conservação das quadras públicas de Belo Horizonte, e dos seis locais visitados, as condições eram boas, com a necessidade de alguns ajustes, principalmente no entorno. Apenas uma delas apresentou problema de estrutura que dificulta a prática do futebol.

Ela fica na Regional Leste, na Rua Felipe Camarão, no bairro Esplanada. A equipe encontrou um pai com os dois filhos e um colega da rua brincando de futebol. Mas um buraco na quadra oferecia perigo, principalmente para as crianças.

“A gente vem jogar bola com frequência aqui. Mas, cerca de um ano depois que a quadra foi construída, ela começou a apresentar deteriorações. Tem esse buraco na quadra que pode acabar machucando uma criança. Falta uma conservação melhor da Prefeitura. Do lado de fora também falta uma limpeza, a gente vê que acumula bastante lixo”, respondeu Felipe Lopes, profissional de Educação Física, de 43 anos.

No Barreiro, a quadra conhecida como “Quadrinha do Barreiro”, na avenida do Canal, próximo ao número 62, no bairro Átila De Paiva, foi só elogios. Morador do Ibirité, o emendador de cabos telefônicos Joarley Ferreira, de 36 anos, tinha acabado de tomar um caldo de cana com a família próximo ao local e decidiu parar para jogar futebol com os dois filhos, Matheus, de 12 anos, e Hugo, de dois.

“Um lugar bem atrativo. Eu vi que a quadra está em boas condições de uso. E tem uns banquinhos que a gente pode sentar também, fazer um lanche, com sombra. Essa aqui está bem conservada pelo que eu vi, o que é coisa rara de se ver. Achei um lugar propício para eu brincar com os meus filhos e com segurança para não se machucar. Muito agradável”, afirmou.

Mais quadras

A reportagem também foi em duas quadras na Regional Oeste. Uma delas, no bairro Camargos, apresentava problemas no entorno, com muito matagal e lixo. Já a do Nova Suiça estava com desnivelamento no piso, que poderia causar acidentes.

Resposta da Prefeitura

A Prefeitura informou que realiza manutenção permanente em quadras esportivas e campos de futebol em Belo Horizonte.

Procurada pela reportagem de O Tempo Sports, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer respondeu que, sobre as quadras citadas, nos bairros Camargos, Esplanada e Nova Suíça, nesta segunda-feira (20) uma equipe da secretaria fará vistoria nos três locais para verificar quais intervenções precisam ser feitas. 

Ainda, se necessárias a capina e a limpeza, a secretaria fará a solicitação para a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).

Perfis diversificados

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, na Regional Centro-Sul, conta com uma quadra poliesportiva e uma apenas para tênis. Na poliesportiva, o domingo foi de muito futebol. Nerdyelo Fernandes, de 25 anos, é montador das barracas da feira que acontece no parque, e enquanto espera a desmontagem,  é figura carimbada na ‘pelada’ da manhã há seis anos.

“A galera vai chegando e a gente se organiza. Sempre com muito respeito, para evitar qualquer tipo de problema. O jogo é aquele famoso dois gols ou sete minutos. O time que perde sai de quadra e entra a de fora. É organizadinho e bonitinho”, comentou.

Wanner Oliveira, estudante de 28 anos, elogiou a quadra, mas fez algumas ressalvas. “Durante a pandemia, reformaram ela, pintaram, e arrumaram os buracos que tinha na tela, ficou bem legal. Falta uma tela, uma rede no gol e um espaço para o pessoal do basquete, que é o que a gente tem que competir aqui. Porque é muita gente do futebol contra pouco menos do basquete, então acaba ficando meio complicado para eles no geral”, avaliou.

Guilherme Scalioni, engenheiro civil de 28 anos, e Júlia Braga, médica veterinária de mesma idade, aproveitaram o domingo para jogar tênis na quadra dentro do parque.

“A Júlia veio aqui na segunda para tentar reservar para hoje (domingo), mas informaram que só é liberado solicitar a quadra no mesmo dia do uso. Fomos na guarita, tinha horário disponível e liberaram para a gente. A estrutura me surpreendeu. Realmente está muito boa. E o ambiente do parque também é bastante agradável para a prática esportiva”, falou Guilherme.

Conservação da quadra poliesportiva

Em resposta à reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica já orçou a compra de nova rede para a cesta, que será trocada nas próximas semanas.

Sobre a construção de nova quadra, por ser um local tombado pelo patrimônio, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti não pode receber nenhuma nova construção que impermeabilize o solo.