Luto

Comoção no atletismo após morte de Kelvin Kiptum, recordista mundial da maratona

Queniano morreu no domingo (11) em um acidente de carro próximo da cidade de Kaptagar, onde ele estava treinando; treinador do atleta também faleceu

Por Agências
Publicado em 12 de fevereiro de 2024 | 14:43
 
 
 
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As homenagens se multiplicam nesta segunda-feira (12), poucas horas depois da morte do recordista mundial da maratona, Kelvin Kiptum, de 24 anos, e do seu treinador Gervais Hakizimana, em um acidente automobilístico ocorrido no domingo (11) no Quênia, que chocou o mundo do atletismo.

O novo fenômeno do atletismo, de 24 anos, casado e pai de dois filhos, morreu na noite de domingo (11), por volta das 23h locais (17h de Brasília), perto da cidade de Kaptagar, no Vale do Rift, sua região de origem e onde ele estava treinando, anunciou a polícia.

Kiptum conduzia o veículo em que viajavam três pessoas, "Os dois (falecidos) são Kiptum e o seu treinador", disse Peter Mulinge, comandante da polícia do condado de Elegeyo Marakwet, no oeste do Quênia. 

"Era Kiptum quem dirigia em direção a Eldoret quando perdeu o controle (...) matando dois ocupantes no local. Uma passageira ficou ferida e foi levada às pressas para o hospital", acrescentou.

Segundo o relatório policial consultado pela AFP, Kiptum "perdeu o controle (do carro) e saiu da estrada", rolando "cerca de 60 metros antes de bater numa grande árvore". 

A televisão queniana exibiu imagens do estado em que o veículo ficou, com o para-brisas destruído e o teto completamente deformado pelo impacto.

Kiptum estabeleceu o melhor tempo mundial (2 horas e 35 segundos) na maratona de Chicago em outubro passado e estava em fase de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris.

- Kipchoge "profundamente triste" -

Foi a terceira vez que um recorde mundial da maratona masculina foi estabelecido em Chicago, e a primeira desde 1999, quando foi conseguida pelo marroquino Khalid Khannouchi. 

Kiptum tomou o recorde do seu compatriota Eliud Kipchoge, que reagiu nas redes sociais à morte do rival, se mostrando "profundamente triste". 

"Um atleta com toda a vida pela frente para alcançar a excelência", acrescentou.

Kiptum também venceu as duas maratonas anteriores, na estreia em Valencia em 2022 e no ano seguinte em Londres. 

O atleta queniano anunciou a intenção de se tornar o primeiro homem a correr uma maratona oficial em menos de duas horas, na competição de Roterdã, no dia 14 de abril.

O presidente do Quênia, William Ruto, chamou Kiptum de "um atleta extraordinário" que deixou uma marca no mundo.  "Possivelmente um dos melhores atletas que quebrou barreiras para alcançar o recorde da maratona", publicou Ruto na rede social X, onde descreveu Kiptum como "o nosso futuro".

- "Atleta incrível" -

Sebastian Coe, presidente da World Athletics, disse que ficou "chocado e triste ao saber desta perda devastadora".

"Em nome da World Athletics, enviamos as nossas mais sinceras condolências às suas famílias, amigos, companheiros e ao Quênia", disse Coe em um comunicado.  "Um atleta incrível deixa um legado incrível, sua falta será muito sentida".

"Esperávamos dar a ele as boas-vindas na comunidade olímpica nos Jogos de Paris 2024 e ver do que o maratonista mais rápido era capaz", escreveu Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, no X. 

O bicampeão olímpico queniano dos 800m, David Rudixha, disse que a morte de Kiptum é "uma grande perda". 

A Athletics Kenya enviou as suas condolências "a toda a comunidade atlética neste momento difícil". 

O técnico Hakizimana, natural de Ruanda, foi um corredor que treinou durante anos no Quênia, onde conheceu Kiptum na cidade de Chepkorio.

Na aldeia da família Kiptum, vários moradores vieram confortar o pai do atleta, Samson Cheruiyot, e também sua viúva, Asenath Rotich.

A morte prematura de Kiptum lembra a de outro grande maratonista do Quênia, Samuel Wanjiru, que também morreu aos 24 anos.

Wanjiru, campeão olímpico em 2008 em Pequim, morreu em 2011 após cair de uma varanda (France Press)

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