A base do São Paulo revela joias tanto para o time profissional quanto para o futebol internacional. Visando proporcionar experiência, trocas culturais e esportivas desde cedo, o Tricolor tem investido em parcerias, como a firmada com o Stuttgart, apresentada nesta terça-feira. O acordo prevê intercâmbios e participação conjunta em competições com o clube alemão.

Além da vertente esportiva, Cotia também deve receber investimentos voltados ao desenvolvimento pessoal dos atletas, como aulas de inglês e auxílio na emissão de documentos, como passaportes.

As aulas de inglês devem começar a ser aplicadas nos próximos meses para os jogadores da base. A proposta é preparar as Crias de Cotia tanto para experiências como a promovida com o Stuttgart quanto para outras possíveis parcerias no futuro. O Lance! apurou que a educação tem sido tratada como um dos pilares no trabalho com os jovens. O São Paulo, por exemplo, custeia escolas particulares para todos os atletas da base.

A emissão de passaportes também deve acontecer em breve. Um dos principais objetivos da parceria com o Stuttgart é promover a troca de experiências entre os clubes, permitindo que jogadores vivenciem o dia a dia tanto na Alemanha quanto no Brasil.

Recentemente, dois atletas do São Paulo, Nicolas Bosshardt e Samuel Jonathan, passaram um período no centro de treinamento do clube alemão. Nos próximos meses, mais jogadores devem ser selecionados para integrar o programa, com acompanhamento conjunto do São Paulo e do Stuttgart.

Cotia e educação: como a escola influencia o desenvolvimento dos jogadores

Douglas Schwartzmann, diretor-adjunto das categorias de base do São Paulo, explicou ao Lance! como a educação pesa nas oportunidades dos jogadores de Cotia pensando nestas experiências e outras ocasiões, como até mesmo convocações para Seleção.

- O São Paulo tem tradição em formar jogadores nas categorias de base, mas com um forte vínculo com a educação. E é aí que entra a escola - explicou.

Para ele, tanto o comportamento na escola quanto dos jogadores dentro dos alojamentos influencia os próximos passos. Quem não tem postura, raramente avança. Em casos destas trocas de experiências como as feitas com o Stuttgart, equipes da Europa tratam a educação como algo natural e com muita prioridade.

- Sobre a escola: para eles, é algo muito natural. Conversei recentemente com o Moretto (também diretor da base do São Paulo), e ele foi claro ao dizer que, quando há problemas com disciplina escolar aqui, principalmente em casos graves, o clube pode chegar à decisão de dispensar o atleta — o que é raro, mas acontece. Isso é algo que precisamos preparar bem, pois lá fora essa exigência também existe - completou.

- A meritocracia para nós envolve desempenho, esforço e educação. Jogador com problemas frequentes de comportamento ou que vá muito mal nos estudos não chega ao Sub-17 ou Sub-18. Na semana passada, por exemplo, dispensamos atletas que não apresentaram o comportamento adequado para morar no alojamento e frequentar a escola, que é particular e custeada pelo clube. Para nós, caráter é tão importante quanto talento. Se o jogador não tiver isso, não vai evoluir aqui - concluiu sobre o assunto.