Um levantamento realizado entre 508 profissionais do futebol brasileiro foi apontado um recorte nocivo sobre questões relacionadas a raça, religião, orientação sexual e origem. A iniciativa foi idealizada pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Nike.
Os dados foram levantados entre os meses de julho e agosto de 2023, com atletas, comissão técnica, staff dos clubes e arbitragem – atuantes nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 do feminino da temporada atual.
A pesquisa aponta que 41% dos profissionais pretos assumem terem sofrido racismo ao exercerem suas atividades. Destes, 11,4% afirmaram que sofreram dentro de centros de treinamentos e concentrações.
Entre os 508 profissionais entrevistados, 4,23% declararam não ter religião específica, enquanto 5,08% se identificaram com candomblé e umbanda. Neste último percentual, 2,75% dos praticantes dessas religiões de origem de matriz africana afirma que sentem que suas crenças são respeitadas dentro do futebol.
No âmbito da orientação sexual, apenas 1% dos homens entrevistados se declararam homossexuais ou bissexuais. Segundo o levantamento, em comparação à representação de 8,5% na população brasileira da comunidade LGBTQIAP+, mostra que o impacto do medo de represálias, como achincalhamento público, perda de contratos e falta de oportunidades, reflete diretamente sobre a autenticidade das respostas.
Em relação às mulheres, dos 508 personagens, 28% são do gênero feminino, representando 142 pessoas. Desse número, 57% são atletas e 35% ocupam cargos como técnicas, assistentes, dirigentes, assessoria e equipe médica, também do futebol feminino. Apenas 8% delas atuam no futebol masculino, sobretudo nas áreas de comunicação e saúde. Em contrapartida, 18% dos homens trabalham nas divisões do Brasileirão Feminino em cargos diversos.