Campeonato Brasileiro

Torcidas de outros Estados avaliam recepção nos estádios mineiros; confira

O Super FC conversou com torcedores das 18 equipes que estiveram em Belo Horizonte no primeiro turno do Campeonato Brasileiro

Por Thiago Nogueira*
Publicado em 12 de outubro de 2019 | 09:10
 
 
 
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O mineiro é conhecido por ser um povo hospitaleiro, que recebe bem os visitantes. Para avaliar essa máxima, o Super FC ouviu a opinião das 18 torcidas que estiveram em Belo Horizonte no primeiro turno do Campeonato Brasileiro deste ano. Não há unanimidade nas avaliações. Elas têm peso distintos quando a partida é no Independência, estádio menor, com problemas de visibilidade e erguido em área residencial, ou no Mineirão, arena reformada para a Copa do Mundo, com mais lugares disponíveis e espaço de concentração de visitantes no ginásio do Mineirinho, ao lado.

A casa do Cruzeiro, de maneira geral, recebeu mais elogios, embora também tenha pontos considerados negativos por forasteiros. “Achei o Mineirão espetacular, acima da expectativa”, destacou o torcedor o Athletico-PR, Dario Marchesini. “A saída do campo é muito ruim. Temos que esperar muito tempo”, reclamou o corintiano Marcelo Perini.

O Horto também divide opiniões dos torcedores de fora. “O acesso não é dos melhores, tem certa insegurança. É um estádio que não tem conforto”, diz Vanderlei Porto, torcedor do Fluminense. Em sua primeira vez no Independência, o baiano Wellington Galvão gostou do deslocamento. “Cheguei de Uber, desci e comprei ingresso facilmente”, contou.

Em ambos os estádios, administrados por concessionárias, os esforços são para que os visitantes sejam bem tratados. O planejamento começa dias antes, em reunião realizada na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF). No encontro, se discute as dimensões do evento, que podem ter pequena ou grande expectativa de público dependendo do momento das equipes nos campeonatos, o que se reflete também na presença de torcidas de outros Estados por aqui.

A principal preocupação é com a segurança. No Mineirão, a passarela que liga o estádio ao Mineirinho facilita o trabalho. “O papel do estádio é receber os visitantes na via de integração. Primeiro, chegam os torcedores comuns e, depois, costumam chegar as organizadas. A PM isola a esplanada e o torcedor não tem o contato visual com a torcida local”, explica o coronel Sandro Teatini, gerente de segurança da Minas Arena.

No Independência, não se costuma vender bebida alcoólica para os visitantes, também por medida de segurança. “Ela está confinada e precisamos fazer o acompanhamento prévio. No setor deles, também não é permitido bandeiras ou instrumentos musicais. Eles são avisados com antecedência para não trazer os materiais”, ressalta o gerente de operações da Arena Independência, Hélber Gurgel. 

 

 

*Com colaboração de Josias Pereira, Daniel Ottoni, Fernando Martins y Miguel, Felippe Drummond Neto, Frederico Ribeiro e Gabriel Pazini

Torcidas coirmãs lado a lado

Questões culturais e históricas fizeram com que organizadas estreitassem relações de amizades com esta ou aquela torcida de outro Estado. Ao mesmo tempo, algumas são rivais. “A recepção depende do jogo. Contra o Cruzeiro seria diferente, contra o Galo, é de boa”, diz o palmeirense Fernando Nizoli. Essa situação é mapeada pela PM. De toda forma, todo cuidado é pouco. Mesmo que torcidas de diferentes Estados façam um churrasco antes do jogo, quando a bola rola, tudo muda.

Organizadas monitoradas

A PM monitora o deslocamento de organizadas visitantes desde a saída de suas cidades. “Temos uma rede de contatos com polícias de outros Estados e com as próprias organizadas. Verificamos a quantidade de ônibus que está vindo, preparamos o efetivo, definimos os pontos de encontro e fazemos a escolta até o estádio”, explica o tenente-coronel Juliano Trant de Miranda, comandante do Batalhão de Choque. A PM também monta barreiras nas estradas para a verificação de drogas, explosivos ou armas.

Ingressos online facilitam compra

Da mesma forma que faz a venda de ingressos para seu torcedor online, Atlético e Cruzeiro também disponibilizam bilhetes para visitantes pela internet com antecedência. “Encaminhamos aos dirigentes informações para que eles possam divulgar para suas torcidas”, ressalta o diretor de operações de estádios do Atlético, Lucas Couto. Isso diminui transtornos, mas não é capaz de acabar com todas as reclamações dos torcedores que visitam BH. “Tive que comprar na hora, não conseguir comprar meia-entrada pela internet”, pondera a torcedora são-paulina Daniela Bordalo.

 

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