A Copa do Mundo de 1970, no México, ficou marcada para sempre na história do futebol. O Brasil alcançou seu terceiro título mundial, conquistando definitivamente a Taça Jules Rimet em um torneio onde exibiu futebol de altíssimo nível técnico e criativo. A campanha ficou eternizada pelo entrosamento, pelos craques e pelas performances inesquecíveis. O Lance! relembra a conquista do Brasil na Copa de 1970.
O selecionado brasileiro sob o comando de Mário Zagallo reuniu talentos como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivellino, Gérson e Carlos Alberto, criando um esquema fluido que combinava técnica, combate e beleza em campo. A equipe venceu todos os seis jogos que disputou, com 19 gols marcados — média superior a três por partida.
Considerada por muitos a melhor seleção da história, o Brasil de 70 encantou com a intensidade e criatividade ofensiva, sem abrir mão da consistência defensiva. A campanha solidificou Pelé como maior campeão mundial, além de coroar Jorge Zagallo como primeiro técnico campeão como jogador e treinador.
Neste conteúdo, você vai relembrar o elenco completo, a formação tática, e os seis confrontos disputados — da fase de grupos até a histórica vitória sobre a Itália na final.
Escalação e técnico do Brasil na Copa de 1970
O time titular frequentemente escalado por Zagallo no esquema ofensivo 4‑2‑4 (ajustado para 4‑3‑3 em momentos de transição) contava com:
- Goleiro: Félix
- Defensores: Carlos Alberto (capitão), Brito, Piazza e Everaldo
- Meio-campo: Clodoaldo, Gérson, Rivellino
- Ataque: Jairzinho, Pelé, Tostão
- Técnico: Mário Zagallo, que chegou para substituir João Saldanha ainda nas eliminatórias
O equilíbrio entre técnica e marcação foi chave para o estilo de jogo dinâmico que virou referência no futebol mundial.
O protagonismo de Pelé na Copa de 1970
Pelé chegou à Copa de 1970 sob dúvidas, após sofrer lesões e ficar de fora de parte das eliminatórias. No entanto, no México, brilhou como líder técnico e emocional da seleção. Com 29 anos, assumiu papel central na articulação ofensiva, marcando quatro gols e participando diretamente de diversas jogadas decisivas.
Além dos gols, Pelé protagonizou momentos inesquecíveis, como:
- O chute do meio-campo contra a Tchecoslováquia
- A cabeçada defendida por Gordon Banks na partida contra a Inglaterra
- O passe de primeira no gol histórico de Carlos Alberto na final
- A simulação de drible sem tocar na bola contra o goleiro uruguaio
Foi sua última Copa do Mundo, e ele se despediu do torneio com o tricampeonato e a consagração definitiva como o maior jogador da história do futebol. Até hoje, é o único atleta a vencer três Copas do Mundo como jogador: 1958, 1962 e 1970.
Jogos da campanha do tricampeonato
1. Brasil 4‑1 Tchecoslováquia (Guadalajara):
Na estreia do Grupo 3, o Brasil virou com gols de Rivellino, Pelé e dois de Jairzinho. Pelé quase marcou o “gol de placa” de meio‑campo ao encobrir o goleiro Viktor.
2. Brasil 1‑0 Inglaterra (Estádio Jalisco):
Em uma partida estratégica, Jairzinho marcou o único gol após passe de Pelé. Ponto alto foi a defesa “do século” de Gordon Banks em cabeçada de Pelé.
3. Brasil 3‑2 Romênia:
Com gols de Pelé (2) e Jairzinho, o jogo teve momentos de pressão, mas terminou com vitória brasileira. Algumas escalações alternativas ocorreram por precaução.
4. Brasil 4‑2 Peru (quartas‑de‑final da Copa):
O adversário peruano era treinado por Didi. O Brasil venceu com gols de Jairzinho, Rivellino e dois de Tostão. Antes da partida, Pelé já participara de ações promocionais com chuteiras.
5. Brasil 3‑1 Uruguai (semifinal da Copa):
Contra os uruguaios, o Brasil mostrou força tática e técnica, confirmando sua superioridade e garantindo a vaga na decisão. Nesta semifinal, grandes dribles e jogadas definiram a vitória.
6. Brasil 4‑1 Itália (final da Copa de 1970, no Estádio Azteca, dia 21 de junho):
A final foi decidida com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e o icônico gol de Carlos Alberto, após troca envolvente com Clodoaldo, Rivellino e Pelé. Foi o quarto gol mais belo da história das Copas, segundo a BBC.
Curiosidades marcantes da Copa de 1970
- Jairzinho foi o único jogador a marcar em todos os seis jogos do Brasil no torneio.
- 19 gols anotados: uma média de 3,17 por partida, uma das mais altas da história.
- O gol de Carlos Alberto é frequentemente citado como o mais bonito de todas as Copas, fruto de troca de passes e finalização poderosa.
- Zagallo, tricampeão como jogador (58/62) e técnico, inovou ao incluir Tostão como “falso 9” e recuar Piazza para zaga, garantindo circulação e equilíbrio ofensivo na Copa.
Legado histórico
Aquela seleção mostrou que futebol pode ser eficiente e artístico ao mesmo tempo. O estilo “Joga Bonito” brasileiro teve seu ápice no México. O tricampeonato garantiu o lugar do Brasil como potência inquestionável — e a primeira seleção a ficar definitivamente com a Taça Jules Rimet.