Não que isso não seja tradição, mas Minas Gerais vive momento iluminado no vôlei. Além do Sada Cruzeiro, que venceu cinco das seis competições da categoria masculina que disputou na última temporada, o estado também teve o Itambé Minas e o Praia Clube chegando às quartas de final da Superliga masculina de Vôlei. E na próxima temporada, Minas terá cinco representantes na Superliga, já que o Azulim, de Monte Carmelo, e o JF Vôlei, de Juiz de Fora, subiram para a elite da modalidade no Brasil.
O vôlei feminino também representou bem Minas Gerais, com Gerdau Minas e Dentil Praia Clube chegando às semifinais da Superliga feminina, após liderarem a primeira fase do torneio. A boa fase do vôlei mineiro exige planejamento e incentivo. E este é o plano do novo presidente da Federação Mineira de Voleibol.
Em entrevista exclusiva a O TEMPO, Wesley Lucas exalta o destaque de Minas Gerais no cenário nacional do vôlei. Uma soma de fatores, conforme ele avalia, é fundamental para que o estado esteja sempre em evidência na modalidade.
“É um esporte que atrai milhares de pessoas, principalmente as famílias, e quando o voleibol atrai uma família é normal que vá o pai, a mãe e a criança. Isso vai propagando de forma mais fácil o vôlei. Um outro ponto é a questão das diversas parcerias que têm entre o segmento esportivo do voleibol e a iniciativa privada, as empresas que participam do processo. E, é lógico, esse incentivo do próprio poder público, seja na esfera estadual ou na esfera municipal”, pondera.
A continuidade do status de potência que Minas ostenta no vôlei passa, avalia Wesley, pelo fomento cada vez maior da modalidade no estado. E é por isso que o gestor defende o fortalecimento das categorias de base do vôlei em Minas. Este é um dos planos que o gestor quer colocar em andamento à frente da FMVôlei. O presidente da entidade alerta para a necessidade de seguir formando novos talentos e afirma que vários locais do estado precisam de ajuda para fazer este processo de formação.
“Eu percebo que existem muitas cidades, muitos municípios que fazem o voleibol acontecer, mas que ainda precisam esse apoio da federação. O vôlei cresceu muito e a estrutura operacional da federação não acompanhou. Então é algo que nós queremos proporcionar, que toda essa estrutura seja ampliada, porque o estado de Minas Gerais naturalmente é muito grande, e quanto maior é, mais dificuldades você tem em todos os aspectos, mas mais possibilidades você tem também”, afirma.
A ajuda da FMVôlei, projeta Wesley Lucas, seria no sentido de ajudar a gerir projetos que incentivem e promovam o vôlei, sejam eles de iniciativa pública ou privada. A federação também auxiliaria na organização e promoção de torneios, além de orientar a gestão de recursos financeiros que banquem os projetos.
“Muitas vezes chega um recurso a uma prefeitura e passam-se meses até a pessoa poder adquirir, por exemplo, uma bola. E o esporte tem horário para começar e horário para terminar. Para um campeonato, se você não tiver uma estrutura para começar na hora, você não começa. Então uma das partes seria isso: ampliar os projetos, inclusive não só de base, mas projetos sociais através da Lei do Incentivo ao Esporte. Têm muitos lugares que têm feito projetos nesse contexto”, comenta.
Novo torneio
A preparação das equipes para os torneios nacionais após o Campeonato Mineiro de Vôlei também é uma preocupação para Wesley Lucas. O gestor cita que, após a competição estadual, algumas equipes ficam cerca de três meses sem compromissos oficiais, apenas treinando. Por isso, há um plano para criar, talvez já em 2025, um novo torneio no estado, para dar uma “agenda” a essas equipes.
“Na hora que termina o Campeonato Mineiro, os times que vão disputar a Superliga B ficam um bom tempo parados. Nós estamos conversando sobre a possibilidade de organizar uma competição para esses times que, porventura, disputaram o campeonato mineiro ou, às vezes, o campeonato no estado deles, mas que vão ficar ali 60, 90 dias parados até começar a Superliga B, A, C, para que possa dar rotatividade a eles também”, afirma Wesley, que cogita até mesmo que times de outros estados participem da nova competição.
“Vou pegar um exemplo aqui de um time lá de Fortaleza, do Norte. Ele muitas vezes tem o interesse de participar para dar rotatividade e preparação para os campeonatos que vêm depois. Em vez de ele ficar ali três meses treinando, ele vai treinar dois meses e disputar uma semana de um torneio onde eles possam estar fazendo o processo de preparação”, projeta Wesley.