Fundado em 1943, o Mackenzie é um dos clubes mais tradicionais de Belo Horizonte. Para além das atividades de lazer na região centro-sul da capital mineira, o Mackenzie se destaca por ser um dos principais formadores de atletas do estado. 

Entre os nomes de esportistas formados no clube, destacam-se Érika Coimbra, Sheilla Castro, Lorenne Teixeira, Carol e Gabi Guimarães, no vôlei feminino, uma das modalidades de maior destaque do Mackenzie. Na natação, Ítalo Manzine, nadador olímpico hoje conhecido por ter eliminado o campeão Cesar Cielo nas classificatórias para Tóquio e Wesley Castro, convocado para a seleção brasileira de basquete, além outros atletas que chegaram ao Novo Basquete Brasil (NBB) completam uma impressionante lista.

Hoje fora da elite esportiva profissional, o Mackenzie volta para dentro de si mesmo, focando no trabalho de desenvolvimento das categorias de base de vôlei feminino, basquete masculino, natação e, mais recentemente, do vôlei de praia.

Para o gestor esportivo do clube, Matheus Lara, quanto mais cedo os atletas chegarem para serem desenvolvidos, melhor. “A nossa preocupação é sempre captar esses jovens o mais cedo possível dentro de cada modalidade e, a partir daí, construir a filosofia do Mackenzie dentro de seu DNA formador. Nós utilizamos a ferramenta do esporte para transformar a vida dessas crianças”, comentou Lara.

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O processo de encontrar jovens atletas em formação é contínuo. Além das famosas peneiras, organizadas entre duas e três vezes por ano, o Mackenzie também faz uma busca ativa por jovens que podem ter futuro no esporte. Membros da comissão técnica visitam escolas de Belo Horizonte e Região Metropolitana em busca de meninos e meninas que apresentam uma certa predisposição física à prática de determinados esportes. Por exemplo, jovens altos que podem se destacar no voleibol ou no basquete.

Além disso, as indicações chegam de diversos lados. Amigos, conhecidos, parceiros e sócios que conhecem jovens que se encaixam nos pré-requisitos especificados levam esses futuros atletas ao clube, que faz testes para alocá-los nas equipes de base.

A rotina de treinos, mesmo com a pouca idade, é ‘coisa de gente grande’. Em geral, meninos e meninas passam entre três e quatro horas no clube, com treinos específicos da modalidade, treinos físicos na academia e tratamento com a equipe de fisioterapia em casos de lesão. 

Todo esse preparo é feito para a disputa de competições locais e até nacionais. A equipe de vôlei, por exemplo, é uma das que mais viaja para disputas ao redor do estado, segundo o treinador Gabriel Leite.

“Nosso trabalho é diário, as meninas, desde o sub-14, têm trabalho técnico, tático e físico todos os dias da semana. À medida em que vão subindo nas categorias, o trabalho vai ficando mais intenso e elas vão disputando mais competições. Hoje, somos o clube de Minas Gerais que mais viaja para competir, participando de campeonatos em todo o país”, contou o técnico.

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Tudo isso é feito com muito cuidado com a carreira - e vida - dessas meninas e meninos. Os objetivos sempre são ambiciosos, mas toda a comissão técnica sabe que o processo é longo, e o mais importante de tudo é respeitá-lo.

“Nós tentamos muito não queimar etapas. Por exemplo, não especificar as meninas muito cedo em posições. Hoje, temos tentado colocar as meninas mais altas na ponta para que a gente possa formar atletas em alto nível para a seleção brasileira e Superliga e para que elas tenham um futuro no voleibol e colher esses frutos”, explicou Leite.