O Campeonato Mundial feminino só começa no fim de setembro, mas as expectativas ficaram altas após a convocação feita pelo técnico Zé Roberto Guimarães, na tarde dessa segunda (1). Com quase dois meses de treino pela frente, o elenco que se apresentou em Saquarema ainda sofrerá alguns ajustes antes de embarcar para a Polônia e a Holanda. Foram 16 convocadas, mas no Mundial, tradicionalmente, apenas 14 entram em súmula. 

No fim da tarde de terça (2), porém, a CBV anunciou o pedido de dispensa da ponteira Ana Cristina, o que mexe ainda mais no possível elenco que entrará em quadra no Mundial.

Como ponto positivo, a seleção fez uma boa campanha - medalha de prata - e a comissão técnica realizou bons testes no elenco na Liga das Nações (VNL), e, por isso, a convocação não fugiu muito do esperado. A notícia que mais veio de surpresa foi o chamado da central Carol Gattaz, que não havia participado com as companheiras da última VNL. A ponteira/oposta Tainara também foi um nome pouco aproveitado na temporada até agora que apareceu na lista das selecionadas e surpreendeu os torcedores.

Indispensáveis

Entre as muitas possibilidades, algumas atletas são unanimidade. Gabi e Carol, além das levantadoras Macris e Roberta, hoje, são indispensáveis para o elenco. 

A dupla de atacantes - a ponteira Gabi e a central Carol - podem ser citadas entre as melhores jogadoras do mundo em suas posições. Gabi, que na última temporada teve ano perfeito no Vakifbank, da Turquia, coroou a temporada com o prêmio de Jogadora Mais Valiosa (MVP) da Champions League, sendo a primeira brasileira a receber tal honraria. Carol, quebrou consecutivamente o recorde de bloqueios na Superliga e na Liga das Nações, sendo uma das mais prolíficas no fundamento.

Além disso, as duas mineiras estão entre as jogadoras mais experientes, sendo indispensáveis não só tecnicamente, mas também servindo como referência para as novatas.

Na mesma toada, Macris e Roberta, as duas levantadoras, não poderiam ficar de fora. As duas podem ser consideradas entre as 10 melhores do mundo na posição, sendo essenciais para manter o estilo brasileiro como é: jogo de bolas rápidas e com bom aproveitamento de centrais. 

Garantidas

Outros nomes estão entre as principais e podem, sem muitas preocupações, fazer as malas para a Europa. As líberos Natinha e Nyeme, por exemplo, fizeram boas campanhas como titulares na VNL e seguraram bastante o fundo de quadra na ausência de Camila Brait, que se aposentou da seleção após Tóquio 2020. Com boas defesas e passe equilibrado, elas formaram uma dupla que se complementa muito bem e seguem brigando pela titularidade.

No ataque, a oposta Kisy foi uma das principais armas do Brasil, e logo em sua estreia com a camisa da seleção principal mostrou que chegou para ficar. Não há dúvidas que a jovem, de apenas 22 anos e em excelente fase na carreira, seguirá sendo protagonista no Mundial.

As ponteiras Pri Daroit, Rosamaria e a central Carol Gattaz também são peças que devem estar garantidas no grupo. Pri Daroit e Gattaz, além de experientes, possuem bom entrosamento com a levantadora Macris, pelos anos juntas no Gerdau Minas.

Sem Ana Cristina, a presença de Tainara muda de figura. A jovem de 22 anos poderia ser um nome cotado para corte, porém, na ausência da companheira de posição, deve ter uma vaga para compor o ataque e trazer mais potência tanto na saída quanto na entrada de rede.

Podem ser cortes

Com a redução da lista de convocadas para 15, a boa notícia para o técnico Zé Roberto é que apenas uma atleta precisará ficar de fora do grupo que viaja para o Mundial. Com a surpreendente abundância de opostas em boa fase, além de atletas de confiança que atuam de maneira híbrida, é provável que alguma jogadora dessa posição fique de fora.

Lorenne e Lorrayna, que foram pouco aproveitadas na Liga das Nações, podem disputar, de maneira acirrada, a vaga das que ficam e de quem se despede.

Campeonato Mundial

O Brasil começa a caminhada em busca do título inédito do Mundial no dia 24 de setembro, contra a República Tcheca. Em grupo difícil, as brasileiras ainda irão enfrentar a Colômbia, a Argentina, o Japão e a China na fase classificatória.

Com três medalhas de prata e uma de bronze em Mundiais, o Brasil ainda não subiu no lugar mais alto do pódio.