De acordo com reportagem do jornal norte-americano "The Detroit Free Press", a Ford tinha conhecimento prévio de falhas no câmbio Powershift e, mesmo assim, decidiu lançar a transmissão automatizada no mercado, em 2011.
No Brasil, o Powershift chegou a equipar a linha do Fiesta e do Focus com vários relatos de problemas como trepidações, ruídos e superaquecimento e desgaste prematuro, entre outros. As queixas ganharam as redes sociais e viveram processos contra a montadora junto aos órgãos de defesa do consumidor.
Sem recall
Em resposta ao Procon, em 2016, a Ford chegou a assumir casos de vazamento do fluido de transmissão como causa das falhas em modelos das linhas 2013 e 2014. No entanto, a marca jamais realizou qualquer recall sobre o câmbio Powershift.
Para as unidades que apresentaram defeitos, a Ford estendeu a garantia do câmbio de três para cinco anos ou 160 mil km rodados, com troca da embreagem sem custos. Segundo a fabricante, as falhas teriam sido sanadas a partir da linha 2015.
Resposta da matriz nos EUA
Tal como no Brasil, naquela época, só nos EUA, o NHTSA registrou mais de 4.000 reclamações sobre o Powershift. De acordo com documentos obtidos pelo Detroit Free Press, antes do lançamento, os engenheiros da Ford teriam alertado à cúpula da montadora que a transmissão ainda estava em desenvolvimento, mas os alertas foram ignorados.
Em resposta a reportagem do jornal, a matriz da Ford admitiu as conversas e a existência de problemas no funcionamento do Powershift e alegou ainda que "outros problemas foram desenvolvidos após a transmissão estar nas ruas".
A montadora afirmou ainda que "embora tenha resolvido problemas de qualidade, as soluções foram mais complexas e levaram mais tempo do que esperávamos".