A Ford reuniu a imprensa especializada em Mendoza, na Argentina, para apresentar as novidades da linha 2020 da Ranger.

Além da reestilização visual, destaque para adoção de equipamentos visando a maior segurança, como sistema de frenagem autônoma com detecção de pedestres, reconhecimento de sinais de trânsito e faróis de xenônio com luzes diurnas de LED.

E uma raridade quando se trata de um produto que ganha um upgrade: os preços da picape permaneceram os mesmos. Ela parte de R$ 128.250, na versão 4x2 automática, e chega a R$ 188.990, na top de linha 3.2 Limited. Todas as opções são agora movidas a diesel, acabando com a oferta da Ranger com motor flex.

As mudanças introduzidas na picape só poderão ser conferidas pelo consumidor no mês de agosto. A Ranger entra no ano de 2020 trazendo novidades na “caçamba”.

A versão 2.2 XLS vem com ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia Sync 3 com tela de oito polegadas, painel configurável com duas telas de 4,2 polegadas e novos faróis de neblina.

Tem ainda sete airbags, câmera de ré e rodas de liga leve de 17 polegadas. Essa nova safra continua equipada com piloto automático adaptativo e sistema de permanência em faixa, itens que a destacam em relação à concorrência, segundo a fabricante. 

Visual muda pouco. Se a Ranger traz mais conteúdo em segurança e tecnologia, o visual tem poucas alterações significativas. As mudanças mais relevantes se concentram na frente, incluindo grade, para-choque, faróis principais e de neblina, que foram redesenhados, além da nova pintura na roda de 18 polegadas.

Suspensão nova. Se por fora nota-se pouca diferença da nova Ranger para a geração anterior, mudanças importantes foram feitas onde não se pode ver, mas que são sentidas ao se rodar na picape.

O modelo 2020 ganhou uma nova suspensão, que melhorou a dirigibilidade e o conforto no asfalto e no fora de estrada, como pudemos comprovar no test drive de 200 km realizado ao pé da cordilheira dos Andes, em meio às tradicionais vinícolas que cercam essa região da Argentina.

Um detalhe: o local escolhido para o lançamento não foi por acaso, é no país portenho que a picape é fabricada e importada para o Brasil.

Tampa mais leve. Outra novidade é a tampa da caçamba com assistente de abertura e fechamento, que reduz de 12 kg para 3 kg o peso equivalente na sua movimentação. Cada vez mais democráticos, os sistemas de direção autônoma vão ganhando as ruas.

Na nova Ranger, ele atua na frenagem, que conta com detecção de pedestres e funciona em velocidades de 5 km/h a 80 km/h, com o auxílio de duas câmeras e um radar. 

Ao identificar um veículo parado ou pedestre à frente, ele emite um alerta para o motorista e prepara os freios para uma frenagem rápida. Se o condutor não realizar nenhuma ação, os freios são acionados automaticamente para evitar ou reduzir os danos de uma colisão. 

Outros detalhes

Consumo e desempenho. O motor 3.2 que equipa as versões top de linha da Ranger leva a picape de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e atinge velocidade máxima de 180 km/h. A versão XLT 3.2 4x4 faz 8,4 km/L na cidade e 9,4 km/L na estrada. A Limited 3.2 4x4 roda 8,6 km/L na cidade e 9,9 km/L na estrada. 

Motor menor. Já com o motor 2.2 Duratorq, de quatro cilindros, presente nas versões de entrada e intermediárias da Ranger, a picape vai de 0 a 100 km/h em 15 segundos e chega a 164 km/h. Com câmbio manual, a versão XLS 4x4 faz 10,3 km/L na cidade e 10,4 km/L na estrada.

S10, Hilux e Toro têm maior saída

É curiosa a formatação do ranking que define as picapes mais vendidas no Brasil, isso porque não se costuma separar “alhos de bugalhos”, e, em uma mesma cesta, são colocadas picapes compactas, médias e grandes como se fossem concorrentes. 

Para sermos justos, para se identificar, de fato, qual é qual, cada categoria deve ser colocada em sua devida prateleira. Obedecendo a esse critério, a Ford Ranger segue em eterna busca pela liderança, mas nas vendas ainda está atrás da Chevrolet S10, da Toyota Hilux e da Fiat Toro, que fechou 2018 como a primeira colocada no ranking da Fenabrave, que classifica todos esses modelos como picapes grandes, quando, na verdade, são médias. 

Em outros mercados, no entanto, a Ford se destaca de seus pares e detém a supremacia mundial. Só no ano passado vendeu mais de 1 milhão de picapes em todos os 190 países em que atua. 

Não custa lembrar que, no segundo maior país em que mais se consome no mundo, os Estados Unidos, que só perdem para os chineses, a irmã maior da Ranger, a picape F-150, é há 42 anos o veículo mais vendido

Será ‘Rangerok’ou ‘Amaranger’?

A Ford Ranger 2020 apresentada na Argentina marca a última reestilização da picape antes da próxima geração do modelo, quando a Ford já começará a trabalhar no chamado projeto Cyclone, que prevê a nova Ranger feita sobre a mesma plataforma da Volkswagen Amarok. 

Para explicar melhor, é preciso voltar ao começo do ano, mais precisamente a janeiro, quando Ford e Volkswagen oficializaram uma parceria que visa ao compartilhamento de produtos e tecnologia.

Em linhas gerais, as duas montadoras produzirão em conjunto veículos comerciais, dividirão suas expertises em tecnologia para o desenvolvimento de automóveis elétricos e autônomos, e a grande novidade: passarão a disputar o concorrido mercado de picapes de mãos dadas. 

Dessa forma, a plataforma e o powertrain (motor e caixa) serão os mesmos para Amarok e Ranger, e o que as identificará será o design externo e, claro, o logotipo que cada uma delas ostentará na grade dianteira. Em resumo, Ranger e Amarok mudarão da água para o vinho nos próximos dois anos. 

Segurança em destaque

Toda a linha 2020 da Ford Ranger sai de fábrica equipado de série com o AdvanceTrac, composto por controle eletrônico de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, controle automático de descida, assistência de frenagem de emergência, luzes de emergência em frenagens bruscas, controle de oscilação de reboque, além de sistema anticapotamento e controle adaptativo de carga, entre outros.

A capacidade de imersão de 800 mm e de reboque de 3,5 toneladas são outros atributos da picape.

Concorrentes

  • Fiat Toro 2.0 diesel 4x4 AT - R$ 129.990 - suspensão traseira multilink
  • S10 LT 2.8 diesel 4x4 AT - R$ 171.890 - Motor de 200 cv
  • Toyota Hilux SR 2.7 diesel 4x4 AT - R$ 164.190 -GPS integrado e TV digital