"Houston, aqui é da Base Tranquilidade. A Águia pousou.” Assim Neil Armstrong anunciou para o centro de controle da Nasa e para o mundo o pouso do módulo lunar da Apollo 11 no dia 20 de julho de 1969.

Mas isso não seria possível – inclusive a transmissão da voz do astronauta – sem a participação da Ford na construção e manutenção do centro de controle da primeira missão que levou o homem à Lua, há 50 anos.

Confira o vídeo: 

A história por trás

Em 1953, os engenheiros da empresa Philco, mais conhecida no Brasil por seus televisores e produtos eletrônicos, inventaram o transistor de barreira de superfície – o primeiro transistor de alta frequência que permitiu o desenvolvimento de computadores de alta velocidade.

Esse esforço para miniaturizar e aperfeiçoar o transistor levou a Philco a trabalhar com as Forças Armadas dos EUA e a Nasa, mas em 1960 dificuldades financeiras forçaram a empresa a procurar um comprador externo.

Concorrência pesada

“A Ford queria expandir sua oferta de produtos para além da indústria automobilística e foi atraída pelas tecnologias inovadoras da Philco. Adquiriu a empresa em 1961 e transformou sua divisão aeronutronica numa nova organização, a Philco-Ford ”, conta Ted Ryan, gerente de arquivos e patrimônio da Ford.

Em 1963, a Philco-Ford enfrentou gigantes da tecnologia como IBM, RCA, Lockheed, Hughes Aircraft e AT&T na corrida para desenvolver o centro de controle do novo Centro Espacial Tripulado em Houston. Mesmo sendo considerada um azarão, a Philco-Ford foi escolhida como fornecedora principal do projeto.

O centro de controle

O centro de controle da missão foi concluído em cerca de dois anos – a tempo de monitorar a missão Gemini 3, em março de 1965 – e tornou-se totalmente funcional alguns meses depois, quando todas as operações foram transferidas do Cabo Kennedy para o Centro Espacial Tripulado em Houston.

Além de projetar e construir o centro de controle, a Philco-Ford forneceu equipes de suporte técnico e engenharia durante a construção e operações. O projeto passou por atualizações para cada missão, que exigiram até 2 milhões de mudanças na fiação.

Outras curiosidades

  • Países que já foram à lua: Desde a missão Apollo 11, em 1969, sondas de apenas dois países além dos EUA conseguiram aterrissar em solo lunar: China e Rússia
  • Quanto tempo levou para chegar: A distância da lua a Terra é de cerca de 384 mil km. Se fosse possível ir de carro até lá, levaria pelo menos cinco meses. A Apollo 11 levou o homem à lua em cerca de 76 horas.

Outros dados do projeto continuam tão surpreendentes quanto eram há mais de 50 anos:

  • Mais de 1.500 dados diferentes de telemetria – da saúde dos astronautas aos resultados dos testes de voo – eram enviados ao centro simultaneamente.
  • O centro de controle da missão abrigou o maior conjunto de equipamentos de transmissão de televisão do mundo.
  • Mais de 96.000 km de cabos foram instalados e supervisionados para as operações.
  • Cinco computadores principais IBM 360/75 enviaram dados para mais de 1.300 comutadores monitorados pelos controladores de voo.

Vendida nos anos 90

O trabalho da Philco-Ford no centro de controle da NASA continuou quando as missões Apollo deram lugar ao Skylab, à Apollo-Soyuz e ao Ônibus Espacial.

Rebatizada como Ford Aerospace and Communications Corporation em 1976, a empresa passou a fornecer também serviços de comunicação por satélite.

No início dos anos 80, a Ford Aerospace havia construído mais da metade dos satélites de comunicação em órbita. Em 1990, a Ford saiu da indústria aeroespacial com a venda da Ford Aerospace para a Loral Corporation. 

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