Chega a ser surpreendente o nível de conforto que a Nissan Frontier oferece. E não se trata de fazer uma comparação só entre os pares do modelo: numa estrada, ela é confortável mesmo considerando-se muitos carros de passeio. Isso graças a um ótimo acerto de suspensão, que filtra muito bem as irregularidades do piso.
É claro que, pela altura que tem, exige certo esforço para acessar a cabine, mas, uma vez lá dentro, a vida fica bem mansa. O motor a diesel roda suavemente, e seu ruído entra na cabine quase como se fosse um ronronar. Junto com o câmbio de sete marchas, consegue conjugar boas velocidades de cruzeiro com um giro razoavelmente baixo.
Problema inerente às picapes
Por outro lado, na cidade, ela fica mais desajeitada. Não tanto quanto algumas rivais, que conseguem ser mais encorpadas, mas, ainda assim, é grande para as faixas de rolamento, as vagas de estacionamento e a altura de muitas garagens.
Nessa hora, no entanto, o sistema de câmera 360° é de grande ajuda. Mas tem a limitação de atuar apenas em baixíssima velocidade. Se funcionasse sempre que fosse acionada, poderia ser mais útil no off-road.
No trânsito, aparece outro problema. Nas arrancadas, o câmbio parece programado para sempre arrastar uma caçamba pesada ou enfrentar um trecho difícil de transpor. E demora a entender que deve passar a segunda marcha.
Boa de dirigir
A posição de dirigir é próxima à de carros de passeio. O banco do motorista tem ajustes elétricos e só falta mesmo um ajuste de profundidade para o volante. Por outro lado, ele tem tamanho correto e fica leve nas manobras.
O interior, com revestimentos em couro preto, é agradável também. O teto solar com acionamento elétrico ajuda a iluminar o ambiente, mas parece pequeno para o porte do carro.
Desempenho ok
Apesar de suas duas toneladas e pouco de peso, sem carga, a Frontier se move com uma boa animação. Não se deve, no entanto, esperar dela um comportamento esportivo de pista.
Desde o início deste ano, a Frontier vendida no Brasil vem importada da Argentina. A picape é oferecida em quatro versões: além da LE e da XE, tem a versão S, básica de trabalho, e a Attack, exclusiva para o Brasil. Os preços começam em R$ 140,9 mil e vão a R$ 197.990, na opção mais completa, a Frontier LE.
Multimídia mais conectado
Nessa aproximação da dinâmica da picape com a de carros de passeio, a Nissan tratou de introduzir melhorias também na parte de equipamentos eletrônicos da Frontier.
O novo sistema multimídia tem tela sensível ao toque de oito polegadas compatível com sistema de espelhamento de celular Android Auto e Apple CarPlay, comando por voz, GPS com app que localiza o veículo e permite a introdução de destino remotamente via celular.
A tela de TFT, entre os instrumentos do painel, passa agora a informar temperatura externa e pode exibir velocímetro digital e bússola.
Isolamento acústico tem melhorias
Além de adequar a gama, a Nissan promoveu algumas mudanças no modelo propriamente dito, para resolver alguns pontos negativos, evidenciados em pesquisa, na picape feita no México.
Caso do isolamento acústico, que foi melhorado com o uso de para-brisa acústico e material fonoabsorvente no interior do para-lama, tampa do motor, console central e painel.
Segundo a Nissan, a redução chega a 5 dB. Ainda no interior, a engenharia dedicou especial atenção ao banco traseiro, que ganhou um novo desenho e ficou mais macio.
Suspensão retrabalhada
Além das mudanças interiores, as suspensões também foram recalibradas, tanto para tornar a rodagem mais suave. Na traseira, o sistema de barra de torção combinada com múltiplos braços passa a contar com molas maiores.
Na dianteira, a geometria do sistema de braços duplos foi modificada. O ajuste da direção hidráulica também foi alterado, para reduzir o peso no volante.
Mudanças sutis para 2020
Lançada no início deste mês, a linha 2020 da Frontier chegou ao mercado com poucas novidades em relação ao modelo 2019. As versões S, Attack e XE ganharam rodas com novos desenhos.
A top de linha LE passou a contar com protetor de caçamba, moldura lateral e adesivos 4x4 na parte traseira. Outra novidade da versão mais completa são os frisos laterais das portas. Todas as versões 2020 da Frontier também passam a vir de fábrica com o sistema de pagamento automático Sem Parar.
Nissan Frontier S: Desde a versão básica, a picape tem um bom nível de equipamentos, tais como: ar-condicionado, direção, travas, vidros e espelhos elétricos, além de controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa e banco do motorista com ajuste elétrico.
A versão Attack (R$ 155.590) adiciona volante multifuncional, central multimídia, rodas de liga leve aro 16, santantônio, estribo e spoiler, câmera de ré e faróis de neblina, entre outros. Logo acima vem a versão XE (R$ 174.380) com faróis e luzes diurnas, ambos de LED, ar-condicionado de duas zonas, sensor traseiro de estacionamento e GPS.
A Frontier LE, top de linha (R$ 197.990), agrega ainda o sistema de quatro câmeras conjugadas, que simulam uma visão aérea em 360° do entorno do veículo para manobras, e ainda recebe teto solar elétrico, rodas de liga leve aro 18 e quatro airbags adicionais – lateral e de cortina –, além dos frontais.
Ficha técnica - Nissan Frontier LE
Motor. 2.3 16V, turbodiesel, quatro cilindros em linha com comando duplo de válvulas e injeção direta de combustível
Transmissão. Câmbio automático de sete marchas, tração 4x4 com sistema diferencial de escorregamento limitado
Potência máxima. 190 cv a 3.750 rpm
Torque máximo. 45,9 kgfm a 2.500 rpm
Suspensão. Dianteira independente do tipo double wishbone, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Traseira com eixo rígido e múltiplos braços de controle com molas helicoidais e barra estabilizadora
Freios. Discos ventilados na frente e tambores atrás
Tamanho. 5,25 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,85 m de altura e 3,15 m de entre-eixos
Consumo. 8,9 km/L na cidade e 10,1 km/L na estrada
Peso. 2.115 kg em ordem de marcha
Capacidade de carga. 1.000 kg
Tanque. 80 L
Capacidade off-road. Ângulo de ataque (30,6°), de saída (27,7°), de inclinação máxima em subida (23,5°) e altura livre do solo (24,1 cm)
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