“A festa ainda não tinha começado, (as pessoas) estavam finalizando os preparativos. Então não faz sentido reclamar de barulho, não tinha música nesse momento.” A fala é de um funcionário do Instituto Padre Machado, localizado na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde no sábado (28) uma mulher foi baleada enquanto ajudava nos preparativos para o evento. Ainda segundo o trabalhador, que deu entrevista sob condição de anonimato, não há histórico de vizinhança incomodada com o barulho na instituição. "Em 105 anos de funcionamento, sempre tivemos excelente relação com a vizinhança", declarou.

Com 55 anos, a vítima foi atingida por um disparo pela manhã, dentro do colégio, quando sentiu um incômodo no ombro e foi socorrida por colegas. Ainda segundo esse funcionário, a mulher é funcionária da escola Jardim da Boa Semente, organizadora do evento, e não reconheceu de imediato que havia sido baleada. 

“A própria funcionária, ao sentir o incômodo no ombro, não reconheceu que foi um tiro. Não houve tumulto nem pânico, pois ninguém sabia o que era. Somente no hospital foi constatado que era uma bala de calibre 38”, completou a fonte. No hospital, exames revelaram que ela havia sido atingida por um disparo de arma de fogo.

Ela foi atendida no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII e liberada da unidade de saúde cerca de uma hora depois do atendimento. Por questões de segurança, o evento acabou cancelado.

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A informação de que o evento não tinha nem começado foi confirmada por nota oficial do Instituto Padre Machado, enviada ao Super Notícia. De acordo com o comunicado, a mulher foi atingida por volta das 11h15, e o disparo teria vindo de uma posição elevada na parte de trás da escola, o que levanta a hipótese de que o tiro tenha partido de um dos prédios vizinhos. 

O instituto também negou que o caso tenha relação com qualquer incômodo causado por barulho. “É fundamental esclarecer que, no momento do incidente, a festa ainda não havia começado e o sistema de som sequer estava ligado (…). Nenhuma das pessoas presentes no local relatou ter ouvido qualquer estampido — aquele som seco, forte e abrupto característico de disparo de arma de fogo — o que reforça o caráter inesperado e silencioso da ocorrência”, diz o texto assinado pelo diretor da instituição, padre Jaciel Baracho.

A direção da escola repudiou informações veiculadas por parte da imprensa que relacionaram o disparo a uma reação causada pelo incômodo ligado ao barulho e reforçou seu compromisso com a segurança. “Infelizmente, algumas mídias têm veiculado informações incorretas, relacionando o disparo a um suposto incômodo causado por ruídos da festa. Reforçamos que essa hipótese é infundada”, destacou a nota.

Investigação

Em posicionamento sobre o caso, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que “deslocou a perícia oficial ao local do fato registrado ontem (28/6), no bairro Santo Antônio, na capital, para realizar os trabalhos pertinentes ao caso. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima, de 55 anos, foi encaminhada para atendimento médico. A PCMG esclarece que apura o fato. Até o momento, não houve conduzido à Delegacia de Plantão”.

A reportagem do Super Notícia foi à escola Jardim da Boa Semente para conversar com algum representante, mas a diretora não estava no local e ninguém falou sobre o ocorrido.

O caso segue sendo investigado como lesão corporal, já que ainda não há confirmação sobre autoria nem sobre as circunstâncias exatas do disparo. Até o fechamento desta reportagem, ninguém havia sido preso.