Um centro de reabilitação clandestino, que mantinha internos em baias de animais, foi interditado nesta semana na zona rural de Ipoema, em Itabira, no Vale do Aço. Três pessoas foram presas em flagrante durante a operação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Vigilância Sanitária, Assistência Social e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). As famílias pagavam cerca de R$ 2 mil mensais pelo cuidado com os pacientes, sem saber das condições reais do local. 

Conforme o MPMG, o local operava sem autorização dos órgãos competentes, e foram identificadas graves violações aos direitos humanos e à legislação sanitária. Aproximadamente 50 internos eram mantidos contra a vontade, em condições degradantes, sendo que alguns eram obrigados a dormir em baias destinadas a animais.

Também foi constatado que os internos eram obrigados a tomar um “coquetel de medicamentos” que os deixava sedados. Foram verificados sinais de negligência, abuso, intoxicação e desidratação nos pacientes. Um inquérito policial foi instaurado para mais apurações. 

Emergência

No decorrer da operação, sete internos foram encaminhados ao Pronto-Socorro de Itabira. Além disso, todos os pacientes receberam avaliações médicas com o apoio do SAMU.

O promotor Bruno Oliveira Muller, da 4ª Promotoria de Justiça de Itabira, destacou que a situação encontrada foi um “cenário de terror”. 

“Encontrar cerca de 50 pessoas em condições desumanas, dormindo em baias destinadas a animais, dopadas com medicamentos sedativos e mantidas em cárcere privado é absolutamente inaceitável. O Ministério Público não tolerará práticas criminosas que explorem o sofrimento de pessoas vulneráveis e suas famílias", afirmou. 

Com MPMG