O primeiro dia de agosto, que se iniciou nesta sexta-feira(1º), terá um importante reforço na proteção às mulheres mineiras. A Operação Agosto Lilás, conduzida pela Polícia Militar, em parceria com outros órgãos como a Defensoria Pública e o Ministério Público de Minas Gerais - além de instituições parceiras de apoio às mulheres vítimas de violência - vai  intensificar as ações de enfrentamento à esse tipo de crime em todo o estado.

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O ponto de partida para o incremento nas ações da PM vem da coragem de muitas mulheres. A major Layla Brunella,  porta-voz da Polícia Militar afirmou que o aumento das denúncias desse tipo de delito é um sinal positivo de como as mulheres não estão aceitando mais violências contra elas.

Em 2024, foram registradas 125 mil ligações ao 190 por violência doméstica em Minas, um aumento de 108% em relação ao ano passado. “O que vemos hoje é mais coragem. Isso mostra que mais mulheres estão rompendo o silêncio e buscando apoio”. 

Dados preocupantes

Segundo o anuário de 2025 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as vítimas de feminicídio têm, em sua maioria, um perfil muito específico: mulheres, negras (63,6%), jovens (de 18 a 44 anos, que representam 70,5% das vítimas), que são mortas dentro de casa (64,3%) por seus companheiros ou  ex-companheiros (79,8%), que utilizam de arma branca (48,4%) ou arma de fogo (23,6%) como instrumento do crime.

“A violência doméstica tem uma escalada: começa com um xingamento, uma restrição, e pode terminar em morte. Mas se a mulher denuncia cedo, as chances de feminicídio caem drasticamente”, reforçou Brunella.

Em um dos momentos da cerimônia de lançamento da operação, a coronel Cleide Barcellos leu o depoimento de uma mulher salva pelo patrulhamento especializado da PM, demonstrando o valor da denúncia para combater criminosos violentos e que atentem contra à vida das mulheres. “Vocês trouxeram paz e segurança ao meu lar e me fizeram ver que não estou sozinha. Hoje entendo que sou vítima e não culpada. Me sinto mais forte, segura e grata”, dizia a carta, que gerou comoção nos presentes.

Mensagem importante

Para a defensora pública Luana Borba, a campanha carrega um duplo significado. “Agosto nos lembra do aniversário da Lei Maria da Penha (7 de agosto), um marco jurídico fundamental para a proteção das mulheres, mas também nos faz lembrar dos desafios que ainda enfrentamos. Por isso, o trabalho conjunto é essencial”, disse.

Durante o mês, haverá patrulhamento reforçado, atendimentos humanizados, rodas de conversa e ações educativas em escolas e empresas. Um esforço que pretende não apenas reprimir os autores, mas também conscientizar. “Estamos levando informações às instituições de ensino públicas e privadas para falar com meninas e mulheres desde cedo sobre os tipos de violência. Isso é fundamental para prevenir”, completou Luana.