William Pedro, de 38 anos, foi preso novamente nesta sexta-feira (8/8), após o cumprimento de um mandado de prisão preventiva relacionado a uma investigação sobre um assassinato a tiros no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte, ocorrido em junho de 2022. William, conhecido como “Alemão”, já respondeu a processos ligados à gerência do tráfico de drogas no Aglomerado da Serra e à integração à Organização Terrorista do Cafezal (OTC). A defesa do investigado, por sua vez, afirma que ele mudou de vida e que a prisão configura uma perseguição “sem compromisso com a verdade”.
“Alemão” é amplamente conhecido no Aglomerado da Serra por ser proprietário da marca “DABLIU”, que já vestiu MCs famosos e foi destaque, por exemplo, na Expo Favela do ano passado. Ele é apontado pela investigação policial como possível mandante do homicídio no Santa Efigênia, motivado por uma desavença ligada ao tráfico de drogas.
William foi preso em maio deste ano, mas, em junho, conseguiu liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Nesta sexta-feira (8/8), no entanto, foi cumprido outro mandado de prisão preventiva contra o suspeito.
“Alemão” também foi alvo de investigação policial anterior, em 2020, relacionada ao que a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) classificou como “grande esquema empresarial” para administrar e lavar dinheiro obtido por meio do tráfico.
O que diz a defesa de William Pedro?
A advogada de defesa de William, Mariana Carvalhaes, alega que o cliente não tem relação com o homicídio pelo qual vem sendo apontado como mandante e que ele é alvo de perseguição. “William decidiu abrir uma marca/loja de roupas, e o Estado não aceita um ex-traficante; não aceita que alguém que era — e ainda é — tratado como um criminoso de alta periculosidade decida mudar de vida e se dedicar a uma vida honesta. Infelizmente”, afirmou. Segundo ela, a perseguição também seria motivada por uma denúncia feita por “Alemão” em 2018 contra uma abordagem da Polícia Militar (PM).
Sobre o homicídio, Carvalhaes defende que William não estava em Belo Horizonte no momento do crime, pois havia se casado dias antes e estava comemorando junto à esposa e familiares em outra cidade. A advogada alega que a versão do boletim de ocorrência mudou após a confirmação da localização do cliente.
“Ainda no dia do fato criminoso, nova versão foi apresentada, ocasião em que William Pedro e mais dois indivíduos passaram a figurar como mandantes do crime em questão. Tanto isso é verdade que o boletim de ocorrência demorou muitas horas para ser feito, o que foge da normalidade, tendo em vista não ter havido prisão em flagrante. Fato é que os envolvidos foram escolhidos. Lamentável! Ao que parece, fizeram a escolha de punir William Pedro e conduziram o inquérito policial de maneira um tanto quanto duvidosa, sem qualquer compromisso com a verdade”, defende.