Quatro homens foram indiciados nesta terça-feira (3/9) por envolvimento em agressões contra um burro durante um evento realizado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Segundo as investigações, o grupo foi flagrado usando um bastão de choque e um chicote para forçar o animal a entrar em um caminhão de transporte.

O crime ocorreu na tarde do último dia 25 de agosto, nas imediações do parque de exposições da cidade. As agressões foram registradas por uma protetora de animais, que foi ameaçada ao tentar intervir para que os homens parassem de maltratar o burro. “Ela foi hostilizada e ameaçada. Um dos participantes chegou a dizer que iria amarrá-la pelo pescoço e arrastá-la para dentro do caminhão”, contou o delegado Daniel Azevedo Batista.

Segundo o delegado, o suspeito de 19 anos se identificou para a vítima como policial militar, ordenando que a mulher parasse de filmar ou seria presa.

Investigação

As apurações foram iniciadas no dia seguinte, após a Polícia Civil receber do Ministério Público os vídeos com as imagens das agressões. Por meio desses registros, foi possível identificar os suspeitos, que confessaram as condutas.

As investigações apontaram ainda que, após o crime, o burro foi levado para Monte Alegre de Minas, a cerca de 68 quilômetros de Uberlândia, onde residiam o motorista do caminhão que transportou o animal e o proprietário do burro.

Em depoimento, o dono do animal informou não ter condições de mantê-lo, motivo pelo qual o teria enviado a Uberlândia para vendê-lo. Diante das constatações, ele decidiu doar o equino ao Estado.

O animal foi encaminhado para exames no Instituto Médico Legal Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, que comprovaram os maus-tratos. A destinação do burro será definida pelo Ministério Público.

Indiciamento

Após a conclusão do inquérito, um homem de 19 anos, que ameaçou a protetora, foi indiciado por usurpação de função pública. Outro, de 26 anos, acusado de utilizar o bastão de choque, foi indiciado por maus-tratos.

Já o proprietário do burro e o motorista responsável pelo transporte foram indiciados por maus-tratos por omissão, visto que, segundo a Polícia Civil, ambos tinham o dever de agir para evitar as agressões. O inquérito foi encaminhado à Justiça.