Na vitória do Atlético sobre o Ceará por 2 a 1, na noite desse domingo, no Independência, um personagem em especial deixou o campo mais do que sob holofotes. Coube a Luan o gol que decretou a virada sobre o Vovô, um tento que lhe fez atingir uma marca expressiva no novo Independência.
Ele igualou o ex-companheiro Jô, ambos com 27 gols e maiores artilheiros do estádio desde que ele foi reinaugurado. Um gol simbólico para o atleta, que chegou a não ser relacionado para a primeira partida da semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Colón, na Argentina, foi criticado, mas vem retomando sua importância e também o carinho do torcedor alvinegro.
No ano passado, Luan já havia aprontado para cima do Ceará. Ele fez o gol da virada do Atlético diante do time cearense, só que o jogo aconteceu no primeiro turno. O Galo saiu atrás no marcador, Roger Guedes empatou e Luan apareceu, nos acréscimos, para marcar.
"O gol, pessoalmente, foi muito importante. Igualei a marca do Jô no Independência, mas isso não importa. O importante é que a equipe venceu, Um jogo difícil, a equipe do Ceará é bem montada, tem jogadores experientes, que sabem jogar fora de casa. No segundo tempo, nós voltamos com um espírito a mais, espírito aguerrido, o Otero entrou, deu aquele gás, a torcida veio junta, uma parte para nos apoiar, colocamos a bola no chão, tivemos a oportunidade de fazer gols e no final fui coroado com esse gol, novamente contra o Ceará, emocionante, 2 a 1, e fico feliz pela vitória para tirar um pouco desse peso que a gente vinha de seis jogos no Brasileiro sem vencer e uma equipe grande não pode passar esse tanto de tempo sem ganhar. Acho que essa foi a pior fase que eu peguei aqui no Atlético, de viver seis derrotas consecutivas", disse Luan, que destacou a importância dos jogadores experientes para poder também chamar a responsabilidade em momentos como o atravessado pelo Atlético. O 'Maluquinho' ainda deu força para o meia Cazares, vaiado pela torcida.
"Nesse momento que a gente aparece, jogadores que têm muita experiência, eu tenho 29 anos, apesar de não ser tão velho assim, a gente põe a bola no chão, dá tranquilidade para os companheiros. Mesmo o Cazares sendo vaiado, ele colocou a bola no chão, jogou, um cara que estamos dando um ânimo a mais dentro do campo. Que ele (Cazares) possa nos ajudar cada vez mais", disse o autor do gol da vitória atleticana.
Volta por cima?
Por toda a situação que atravessou com a ausência na partida com Colón, a redenção de Luan dentro do Atlético poderia ser tratada como uma volta por cima. Mas o jogador não vê dessa maneira. Para Luan, não ter sido relacionado o fez se doar ainda mais nos treinamentos físicos pensando na partida da volta, no Mineirão. O jogador reconheceu que a parte física ainda vem pesando, mas que a disposição que sempre apresentou em campo não tem faltado.
"Vou falar bem pensado para não falar m... (risos). Eu já superei diversas coisas aqui no Atlético. Só eu sei o que passei e não ser relacionado na Sul-Americana não me abalou de jeito nenhum. Continuei trabalhando durante a semana, com foco de classificar para uma grande final, sabia que a qualquer momento eu poderia ser chamado. No meu modo de ver, fiz um bom jogo no Mineirão, cansei um pouco, como eu cansei um pouco hoje no final. Muito tempo sem jogar, acaba que a gente fica um pouco sem ritmo de jogo. Mas essa não foi uma das coisas mais difíceis que eu superei. Já tive coisas mais difíceis e piores. Eu tenho uma fé muito grande, sou um cara que trabalha muito, chego uma hora, duas horas antes do treino e fico lá na academia", declarou Luan.
Focado, o jogador revelou até um trabalho especial na academia em dia de jogo, para fortalecer a musculatura. Na cabeça de Luan, a tranquilidade gerada pela vitória contra o Ceará precisa ser mantida, pois ainda o time terá pela frente grandes rivais.
Toda vez antes do jogo eu faço academia, um trabalho especial com o nosso fisioterapeuta, o Guilherme, para chegar no jogo bem, com a musculatura bem forte. Já me adaptei a isso. E é no dia a dia também, trabalhando muito, dando o meu melhor. Essa (volta) foi mais tranquila. Espero poder ajudar os companheiros e a equipe para sair desse momento difícil. Foi uma vitória só, vamos deixar claro, precisamos melhorar, dar o melhor de cada um porque vamos pegar equipes muito mais qualificadas, e aí a gente tem que colocar tudo que a gente sabe para fora", concluiu o meia-atacante.
O Atlético volta a campo na próxima quarta-feira, dia 2 de outubro, quando recebe o Vasco, no Independência. Com 30 pontos na tabela de classificação, o time comandado por Rodrigo Santana figura na 10ª posição na tabela.