Em alguns momentos, alcançar o sonho parece ser algo impossível. Alguns soam tão inalcançáveis que mais parecem devaneios absurdos. No entanto, o sabor de superar desafios enormes como esses é o melhor de todos. A emoção é algo indescritível. Tão indescritível que pode criar um vício perigoso.
O Atlético sabe muito bem disso. A palavra impossível já foi riscada do dicionário alvinegro há alguns anos com o Galo superando desafios que pareciam insuperáveis. Foi assim com a histórica e emocionante defesa de Victor no último suspiro contra o Tijuana e nas viradas contra Newell's Old Boys e Olimpia após derrotas por 2 a 0 nos jogos de ida na reta final daquela épica Copa Libertadores de 2013.
O impossível, porém, não foi desafiado pelo Atlético somente naquele ano. Em 2014, o Galo repetiu os feitos na Copa do Brasil. Superar os rivais Corinthians e Flamengo com novas viradas impossíveis e ainda mais dramáticas foi uma inesquecível introdução para vencer o Cruzeiro na decisão. A alma alvinegra era lavada de forma tão sublime que parecia inacreditável um roteiro tão perfeito como aquele ter realmente acontecido.
Desta vez, porém, o desafio alvinegro contra a Raposa é ainda mais complicado que todos os anteriores. Após ter embalado as históricas conquistas atleticanas, o 'Eu Acredito' será testado ao máximo. O mantra, afinal, nunca foi cantado com uma desvantagem de três gols antes mesmo de a bola rolar. Contra Corinthians e Flamengo, o Atlético sofreu gols logo no início das partidas de volta, piorando ainda mais sua situação e chegando na mesma diferença de tentos atual, mas as partidas de ida tinham terminado com derrotas por 2 a 0, ao contrário do cenário das quartas de final da edição de 2019.
O Galo tem no seu próprio passado recente a esperança para acreditar em uma nova reviravolta inesquecível, mas o mantra, desta vez, será testado como nunca antes. Será que o vício alvinegro por viradas históricas foi longe e perigoso demais ou um capítulo ainda mais épico será escrito? Teremos a resposta nesta quarta-feira (17), às 19h15 (de Brasília), no Independência.