A relação do Cruzeiro com seu mecenas, o empresário Pedro Lourenço, muda de cenário na nova diretoria, que assumiu o clube no início de junho. O presidente Sérgio Santos Rodrigues não quer o dono do Supermercados BH como um benfeitor direito, que tira o dinheiro do próprio bolso para estancar problemas. O discurso agora é de propor parcerias mais comerciais do que pessoais.

"Eu tenho uma relação de admiração pessoal pelo Pedro. Ele não construiu esse império do nada, tudo com fruto do trabalho. Ele é um cruzeirense apaixonado. Na nossa administração, não existe nenhum empréstimo de dinheiro com ele. A gente tem um relação de parceria. Não gosto de falar patrocínio. Propomos construções de coisas para frente", ressaltou o dirigente celeste, em entrevista à rádio Super 91,7 FM.

Cruzeiro e Supermercado BH fecharam, já na gestão Rodrigues, a renovação contratual de patrocínio master para a temporada 2021, ano do centenário celeste. O dinheiro da renovação já entrou na composição para o pagamento de uma parcela de quase R$ 4 milhões da dívida com o Zorya, da Ucrânia, pela contratação do atacante Willian Bigode, no fim do mês de maio.

Pedrinho já ajudou o Cruzeiro diversas vezes em gestões passadas e também no período em que participou do conselho gestor cruzeirense, que ajudou na transição presidencial após a renúncia de Wagner Pires de Sá, no fim do ano passado. A mais recente ajuda direta foi o empréstimo de R$ 6 milhões, apenas com correções monetárias, para que o clube pudesse adquirir o lateral-direito colombiano Orejuela, considerado uma boa aposta para venda futura.

Hoje, quando fala em parcerias, Sérgio Rodrigues se refere a ações promocionais ou de marketing que façam com que o Cruzeiro, direto ou indiretamente, colabore com os negócios da rede de supermercados. Mesmo em dificuldade financeira e tendo uma amarga Série B pela frente, o mandatário celeste avisa que o clube vai arcar com seus compromissos para com Pedrinho.

"Sei que existem algumas pendências, estamos fazendo o possível, embora ele não faça questão de cobrar por hora. Não fomos nós que contraímos (os empréstimos). Da mesma forma que ele quer pagar a Fifa, os nossos credores trabalhistas, a gente também quer cumprir com as dívidas que foram feitas por outras gestões, porque ele merece. Tenho certeza que quando o Cruzeiro pedir, ele vai estender a mão. É uma relação que tem essa parceria comercial e posso falar pelo Cruzeiro, de admiração, por tudo o que ele faz, pela disponibilidade. Não só ele, como toda a sua família", ressaltou.