A Justiça suspendeu na tarde desta quinta-feira a assembleia geral convocada pelo presidente Wagner Pires para o mesmo dia da reunião extraordinária convocada pelo conselho deliberativo, encontro que definirá pelo afastamento da atual diretoria do Cruzeiro. A liminar foi expedida pelo juiz Igor Queiroz, da 21ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte. A decisão é em primeira instância.
O pedido foi assinado por 44 conselheiros da oposição, que justificavam má-fé do presidente celeste, uma vez que o mandatário "publicou Edital de convocação para Assembleia Geral Extraordinária do Clube, para o mesmo dia e horário da Reunião anteriormente marcada e convocada pelo Conselho Deliberativo, em local diverso", afirma a petição.
Os signatários da petição ainda afirmam que a reunião frustraria o comparecimento dos conselheiros em ambas reuniões. Além de ser nula a Assembleia Geral Extraordinária sem a presença de Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo. Ele seria a pessoa com atribuição estatutária para presidir não apenas a reunião extraordinária da mesa diretora, como a própria assembleia extraordinária, ainda que esta seja convocada pela Presidência do clube.
Na lista de conselheiros que pediram a suspensão da convocação não se encontra o nome do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares. Ele justificou sua ausência no documento por acreditar que o próprio estatuto do Cruzeiro barra qualquer tipo de ação de Wagner Pires na tentativa de se impor às decisões do conselho.
"Achei que era uma bobagem entrar na Justiça em relação a isso, Foi uma clara tentativa do Wagner de atrapalhar a reunião do conselho. Não tem sentido convocar uma assembleia geral no mesmo dia da reunião do conselho. Na outra reunião vai se discutir o afastamento da diretoria. Essa matéria (de uma assembleia geral para prestar esclarecimentos) não está nem prevista no estatuto. Ele (Wagner) pode publicar uma nota, colocar uma nota. nos quadros internos do clube. Eu achei bobagem entrar na Justiça", disse Gilvan sobre o caso.