Posicionamento

Afastamento de Caboclo: o que dizem América, Atlético, Cruzeiro e FMF após apoio

Super.FC ouviu clubes sobre a situação do dirigente, afastado por denúncia de abuso sexual e moral

Por Josias Pereira
Publicado em 07 de junho de 2021 | 21:42
 
 
 
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No final do mês de maio, mais precisamente no dia 27, Atlético, América, Cruzeiro e FMF (Federação Mineira de Futebol) divulgaram uma carta assinada em conjunto manifestando apoio a Rogério Caboclo, então no comando da CBF, mas que já 'balançava' no cargo após desgaste com uma funcionária ligada ao ex-presidente Marco Polo del Nero. Descobriu-se ainda a influência do ex-dirigente banido nos bastidores da entidade em reportagem da ESPN Brasil. 

Pouco mais de uma semana depois, Rogério Caboclo envolveu-se em uma grande polêmica com a seleção brasileira devido à sua inabilidade na condução do anúncio do país como sede da Copa América 2021 e também em dificuldades de relacionamento com os atletas. O pior ainda estava por vir, com uma denúncia de assédio sexual e moral por parte de uma funcionária. Gravações divulgadas pela TV Globo foram apresentadas, com diálogos constrangedores, como o presidente perguntando à funcionária se ela se 'masturbava' e até um episódio onde o dirigente tentou forçar a mulher a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de 'cadela'. Pela conduta, Caboclo foi afastado pelo Comitê de Ética da CBF por 30 dias e o caso será analisado pela entidade. 

O Super.FC entrou então em contato com as diretorias de América, Atlético e Cruzeiro para saber o que os clubes que apoiaram Caboclo pensam a respeito do afastamento do dirigente. Atlético e Cruzeiro diseram à reportagem que não se proncuniaram sobre o tema. Há um entendimento de que a situação é de cunho pessoal e não do ponto de vista político. 

Isso ficou expresso em posicionamento enviado pelo América, o único clube entre os grandes a falar sobre o tema. "O América, em conjunto à Associação Nacional de Clubes, manifestou apoio à gestão atual da CBF devido ao diálogo aberto que ela tem mantido com os clubes, além de propiciar algumas medidas que o América considera como importantes para a evolução do futebol brasileiro", declarou o clube alviverde. 

"Em relação a questões particulares que envolvam dirigentes da CBF, o América não irá se manifestar", acrescentou o Coelho. 

A Federação Mineira de Futebol também foi questionada sobre a situação, mas não emitiu nenhum posicionamento até a publicação desta matéria. A expectativa é que a entidade se manifeste sobre o tema nos próximos dias. Caboclo tem certeza que voltará ao comando da CBF e garante inocência no caso do assédio sexual e moral, alegando ainda que seus familiares estão ao seu lado. Ele tentou previamente um acordo milionário com a funcionária para evitar que as gravações fossem divulgadas. 

Na época do apoio em carta, os clubes mineiros e a FMF apresentaram benesses do dirigente durante sua gestão, como o fair play financeiro. 

"(Ele) Tem estabelecido o chamado "fair play" financeiro no futebol com objetivo de coibir práticas inadequadas de um passado recente; implantou processos licitatórios nas compras; investiu no desenvolvimento do futebol; ampliou a base do futebol feminino e elevou, de seis, para 21 o número de campeonatos promovidos pela entidade", diz o comunicado na ocasião. 

Porém, agora o cenário é bem diferente. Mais velho vice-presidente da CBF, Coronel Nunes assume a cadeira e vai aguardar a decisão do Comitê de Ética para definir o que será feito com Caboclo. Caso ele seja mesmo afastado de forma definitiva, Coronel Nunes terá a obrigação de convocar uma nova eleição para a escolha do próximo presidente da CBF. 

 

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