Campeonato Mineiro

Clássico 90 a 10 desagrada Galo e Cruzeiro, mas discursos destoam

Levir Culpi e Fábio lamentam o adiamento da volta do duelo com torcidas iguais, mas apresentam motivos diferentes

Por Julio Rezende e Fellipe Drummond
Publicado em 27 de janeiro de 2019 | 07:00
 
 
 
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O adiamento da volta do clássico com torcidas divididas não frustrou apenas torcedores. O goleiro Fábio, do Cruzeiro, e o técnico do Atlético-MG, Levir Culpi, também lamentaram, embora com discursos distintos, a decisão que manteve o duelo do próximo domingo, pelo Campeonato Mineiro, com 90% da carga de ingressos destinada aos cruzeirenses e apenas 10% para atleticanos.

Em reunião durante a semana, os rivais não chegaram a um acordo para que o clássico mineiro voltasse a ter 50% de torcedores de cada lado, como chegou a ser aventado pelos presidentes dos clubes no ano passado. Com as divergências, o clássico de domingo, às 11h, no Mineirão, mantêm o que vem sendo feito nas últimas seis temporadas.

Desde a sua primeira passagem pelo Cruzeiro, em 1999, Fábio não teve dúvida ao falar sobre a sua preferência. “Quando eu cheguei, e já faz um tempinho, sempre vivenciei meio a meio e era bacana pra caramba”, afirmou o goleiro, que no entanto defendeu a posição do Cruzeiro.

“O Cruzeiro tem essa vontade também de voltar como era antigamente, mas não cabe só ao Cruzeiro. Tem que sentar, e todos que tomam as decisões terem coerência, olho no olho, então mostrar isso para o torcedor. As reuniões poderiam até ser transmitidas, ia ser legal, para o torcedor ver quem é quem nas negociações. Ia ser mais transparente, mais justo”, ressaltou Fábio.

Levir Culpi ficou indignado com a decisão de manter o clássico com torcidas em tamanho desiguais. “O clássico é sempre emocionante. Além disso, é bom que é um jogo que sempre terá casa cheia, o que eu não entendo é essa questão dos 10%. Isso é um retrocesso para o futebol em Minas. Não me conformo com essa decisão única e exclusivamente política”, lamentou.

O treinador atleticano traçou um paralelo para mostrar que essa opção dos clubes, de não dividir o estádio nos clássico, é algo que serie motivo de piada antigamente. “Para ser sincero, nunca achei que viveria isso aqui em Minas Gerais. Nos anos 50 e 60, se falasse isso, as pessoas iriam rir. Em pleno ano de 2019 estamos retrocedendo. É um momento triste para se fazer parte”, afirmou o técnico, que teve sua primeira passagem pelo Galo em 1995.

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