Retrospecto

Desafio dos 10 anos do 1º clássico

Com seis vitórias, Cruzeiro leva a melhor no primeiro duelo dos últimos dez anos contra o Atlético

Por Felippe Drummond Neto e Josias Pereira
Publicado em 27 de janeiro de 2019 | 08:00
 
 
 
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Este domingo (27) é dia de Cruzeiro e Atlético. O encontro precoce entre os rivais no Campeonato Mineiro, marcado para às 11h, no Gigante da Pampulha, pela terceira rodada do Campeonato Mineiro dá vida a uma rivalidade que ultrapassa gerações. Só que no embalo do desafio dos 10 anos, o “#10YearsChallenge” que viralizou nas redes sociais na última semana, o SUPER FC fez um recorte mostrando o que aconteceu no primeiro clássico de cada ano, desde 2009, considerando apenas as partidas disputadas pelo Estadual.

Algumas peculiaridades cercam esse espaço de tempo. A começar pelos personagens do clássico que até hoje permanecem em voga. Fábio e Henrique são duas bandeiras do Cruzeiro e seguem como titulares de sua equipe. Do lado alvinegro, a diferença baseia-se na titularidade e na camisa que esses protagonistas vestiam em 2009. Hoje como opção, o zagueiro Leonardo Silva defendia as cores celestes naquele período. Marques, atual diretor de futebol do time, era ainda um atleta. Vale lembrar que o atleticano Patric, em 2009, mesmo que não tenha participado do primeiro clássico do ano, também passou pela Toca da Raposa.

Vamos aos jogos. Nesse intervalo de 2009 a 2019, os arquirrivais Atlético e Cruzeiro se enfrentaram dez vezes na situação de adversários na primeira fase do Mineiro. Quem levou a melhor foi o time celeste, que venceu seis confrontos, contra apenas uma vitória alvinegra, além de três empates.

O retrospecto positivo do Cruzeiro “no primeiro clássico do Estadual do ano” começou em 2009, quando o time que, à época era comandado por Adilson Batista, venceu o rival por 2 a 1, com gols de Ramires e Soares, com Diego Tardelli descontando para o Galo. A partida foi disputada no Mineirão, pela quinta rodada daquela edição.

Em 2010, novamente o Cruzeiro saiu de campo com os três pontos, dessa vez com uma vitória por 3 a 1. Já em 2011, aconteceu o único triunfo do Atlético nessas circunstâncias. Comandado pelo técnico Dorival Júnior, o time alvinegro venceu o Cruzeiro por 4 a 3, com direito a hat-trick de Diego Tardelli. Coincidentemente, aquela partida foi válida pela terceira rodada do Mineiro.

De lá pra cá, o Galo não conseguiu mais nenhuma vitória sobre o Cruzeiro no primeiro encontro entre os rivais em cada ano. Os dois times empataram três vezes – em 2012 (2 a 2), 2014 (0 a 0) e 2015 (1 a 1) –, e o Cruzeiro venceu outros quatro jogos: 2013 (2 a 1), 2016 (1 a 0), 2017 (2 a 1) e, no ano passado, quando derrotou os rivais por 1 a 0, em pleno Independência, com gol de Raniel.

Velhos tempos

E se tem uma coisa que há dez anos existia, e hoje é quase impossível de acontecer, é um clássico com torcida meio a meio. Resquícios de uma época que Fábio lembra com carinho.

“A gente já teve oportunidade de jogar o clássico em diversas situações. Quando eu cheguei, e já faz um tempinho, sempre vivenciei meio a meio e era bacana pra caramba. Eu sempre gostei de meio a meio. A galera mais jovem, meu filho, não teve essa oportunidade, acho que ia ser bacana vivenciar isso e não deixar morrer essa tradição de muitos anos, que era meio a meio no estádio, aquela rivalidade”, recorda o goleiro do Cruzeiro.

Novos personagens

Nesse intervalo de tempo entre 2009 e 2019, o clássico ganhou novos, importantes e decisivos personagens, como o goleiro Victor, mais do que tarimbado em situações que acirram a rivalidade entre os gigantes do Estado. O exemplo do atleta pode impactar outros companheiros do grupo alvinegro, como o meia Cazares, atual camisa 10 do Galo.

“Todo jogador gosta dos jogos grandes. É nele que queremos ter uma atuação diferenciada, fazer o melhor, fazer boas jogadas, deixar o companheiro cara a cara com o goleiro. É uma semana diferente das outras, a gente se prepara melhor, mais concentrado e com menos brincadeira. É um jogo que pode dar muita tranquilidade ou se tornar um grande problema”, finaliza o meia equatoriano do Galo.

 

Goleiro Fábio discorda de “clássico sem importância”

Embora não tenha caráter decisivo, o clássico deste domingo, válido pela terceira rodada do Mineiro, não deixa de acirrar a rivalidade entre Cruzeiro e Atlético. Mas para o goleiro Fábio não é só isso. Somar pontos no início da competição pode ser fundamental para garantir um diferencial no final.

“O histórico do campeão sempre é quem consegue, na primeira fase, a vantagem que leva até o último jogo da decisão, porque nós sabemos que são detalhezinhos que às vezes são difíceis para você tirar uma vantagem”, observou o arqueiro cruzeirense.

“A gente tem que pensar ao máximo nesta primeira fase, somar o máximo de pontos, conseguir terminar, se possível, em primeiro, ou o mais próximo disso porque, com certeza, vai favorecer na reta final da competição”, acrescentou Fábio.

O goleiro acredita que com o passar dos jogos a competição ficará mais disputada. “Em todos os aspectos, os duelos vão se tornar mais difíceis. Então, quanto mais cedo você tiver essa oportunidade de abrir vantagem, de permanecer em primeiro lugar, isso nos passa confiança e ao torcedor”, reforçou. (Júlio Rezende)

 

Levir Culpi e Mano Menezes se assemelham no mistério

Se o clima entre as diretorias de Atlético e Cruzeiro não é dos melhores, em campo não poderia haver um ambiente mais agradável. Apesar da rivalidade entre as equipes, no banco de reservas Levir Culpi e Mano Menezes prometem um duelo amistoso no clássico.

Sempre bem humorado, o técnico do Atlético elogiou inclusive o mistério que Mano tem feito sobre o time que escalará na partida. “Ele é dos nossos, não gosta de falar o que vocês (imprensa) querem saber. Estamos juntos nessa”, brincou o treinador alvinegro durante sua coletiva de imprensa, realiza na manhã da última sexta-feira.

Segundo ele, o fato de manter o sigilo sobre quais os jogadores que serão titulares é essencial para que possa haver uma surpresa no clássico. “Assim como a nossa comissão, eles (Cruzeiro) também são muito competentes e sabem tudo que posso oferecer, mas o mistério cria uma certa dúvida, e isso pode representar uma pequena vantagem”, revela Levir Culpi.

“Se nós soubéssemos quem vai jogar, poderíamos adiantar o estudo e o preparo para o jogo”, conclui o treinador.

Boa ação

Solidariedade

Neste domingo, no Mineirão, o Cruzeiro vai arrecadar doações para as vítimas da tragédia em Brumadinho. Duas carretas estarão disponíveis das 8h às 12h para receber os donativos: uma na esplanada Norte e outra na esplanada Sul. Outro veículo estará disponível na via entre o Mineirinho e o Mineirão para as doações da torcida atleticana. Serão recolhidos água mineral, alimentos não perecíveis e prontos para consumo, produtos de higiene e fraldas.

Treino

A equipe de Mano Menezes encerrou os preparativos para o clássico em treino fechado para a imprensa na Toca II neste sábado (26).

Doações

Mais ajuda

O Atlético, solidário à tragédia em Brumadinho, prepara uma ação de recolhimento de alimentos para a próxima quarta-feira (30), na partida contra a URT pela quarta rodada do Campeonato Mineiro. Detalhes sobre a coleta serão divulgados pelo clube nas redes sociais. Simbolizando luto pelas vítimas do rompimento da barragem, os jogadores entrarão com uma tarja preta no uniforme no clássico deste domingo. 

Treino

Levir Culpi adotou mistério no último treino antes do clássico, no sábado. A tendência é que ele repita o time que estreou no estadual.

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