Tragédia do Sarriá

O esquadrão canarinho, que encantou, mas não levou

Veja, com detalhes, os nomes que formaram a seleção brasileira, comandada por Telê Santana na Copa de 82

Por Daniel Seabra
Publicado em 05 de julho de 2022 | 05:10
 
 
 
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O técnico Telê Santana convocou 22 jogadores para representar a seleção brasileira na disputa da Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Todos escolhidos a dedo pelo comandante e destaques em suas equipes, a grande maioria jogando no Brasil.

Para o gol, foram chamados Waldir Peres, do São Paulo, Paulo Sérgio, do Botafogo e     Carlos, da Ponte Preta. Peres não era unanimidade. Muito questionado, principalmente pela boa fase de Leão no Grêmio, conquistou vários títulos com a camisa do Tricolor Paulista, principalmente o brasileiro de 1977, e foi escolhido como titular por Telê.

Na primeira partida da seleção na Copa, contra a União Soviética, cometeu uma falha incrível. Mas o Brasil venceu o jogo e Waldir foi mantido. Foi o único jogador da seleção a receber um cartão amarelo na Copa.

Outra curiosidade é que a derrota para a Itália, por 3 a 2, sacramentando a eliminação brasileira na Copa, foi seu último jogo pela seleção, e o único jogo oficial pela equipe no qual o goleiro sofreu mais de um gol. Morreu em 23 de julho de 2017, aos 66 anos.

Confira o podcast Rotas da Bola especial sobre a Copa de 1982

Os laterais direitos foram Leandro, do Flamengo, como titular, e o reserva era Edevaldo, do Internacional. Em 82, Leandro foi considerado o melhor em sua posição no Brasil, e esteve na seleção dos melhores da Copa, eleitos pela Fifa. Atuou durante toda a carreira no time rubro-negro carioca.

Para a lateral esquerda, Telê convocou Júnior, do Flamengo, e Pedrinho, do Vasco. Titular, Leandro foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do time carioca, com 865 partidas. Ainda vestiu as camisas dos italianos Torino e Pescara. Em 82, marcou seu único gol em Copas, na vitória brasileira sobre a Argentina, depois de receber um passe de Zico.

Na zaga, os chamados foram Oscar, do São Paulo, Luizinho, do Atlético, Juninho, da Ponte Preta, e Edinho, do Fluminense. Os dois primeiros foram escolhidos como a dupla titular. Oscar, que fez uma boa Copa, por pouco não se tornou o herói brasileiro, no jogo contra a Itália. O Brasil já perdia por 3 a 2, e se classificaria com um empate. Oscar, nos últimos minutos, acertou uma cabeçada que foi defendida em cima da linha pelo goleiro italiano Dino Zoff.

Já Luizinho foi um dos grandes ídolos da história do Atlético. Começou a carreira no Villa Nova, indo para o Galo depois. jogou ainda no Sporting, de Portugal, e no grande rival alvinegro, o Cruzeiro, entre 1992 e 1994.

Os volantes chamados por Telê Santana foram Toninho Cerezo, do Atlético, e Falcão, da Roma, da Itália. Os dois foram titulares. Cerezo também foi um dos grandes ídolos da história atleticana. Na Copa, foi massacrado pela imprensa brasileira, principalmente no Rio, pelo passe errado que originou o segundo gol dos italianos, na eliminação brasileira.

Falcão era um dos únicos da delegação brasileira a jogar fora do Brasil. Em 1980, havia se transferido para a Roma, da Itália. Marcou três gols na Copa, e recebeu o prêmio da Fifa de Bola de Prata, como segundo melhor jogador do Mundial, atrás apenas de Paolo Rossi. Foi técnico da seleção brasileira em 1991, mas não chegou a completar um ano de trabalho.

Os meias da seleção de 82 eram Sócrates, do Corinthians, e Zico, do Flamengo, como titulares, e Paulo Isidoro e Batista, ambos do Grêmio, e Renato, do São Paulo, como reservas. Sócrates foi o capitão do time em 82, marcando dois gols, contra União Soviética e Itália. Destacou, fora de campo, pela forte atuação política, na campanha das Diretas Já e encabeçando o movimento Democracia Corinthiana. Morreu em 4 de dezembro de 2011, aos 57 anos.

Já Zico estava em sua segunda Copa (disputaria, ainda, o Mundial de 86, quatro anos depois). Marcou quatro gols em 82. Contra a Itália, foi praticamente anulado por Cláudio Gentili, escalado pelo técnico da Azzurra, Enzo Bearzot, para exercer forte marcação, inclusive de forma desleal. O italiano, inclusive, chegou a puxar tão forte a camisa do brasileiro que o uniforme de Zico acabou rasgado, em lance dentro da área. O pênalti não foi marcado pelo árbitro israelense Abraham Klein.

Para o ataque, foram chamados como titulares, Serginho Chulapa, do São Paulo, e Éder Aleixo, do Atlético. Além deles, Dirceu, do Atlético de Madrid, da Espanha, e Roberto Dinamite, do Vasco, também estavam na relação. Chulapa foi chamado como reserva, mas acabou se tornando titular depois da contusão de Careca, antes da estreia. Marcou dois gols no Mundial, mas com um estilo mais trombador, não se encaixou no estilo de jogo daquela seleção.

Já Éder Aleixo, outro grande ídolo do torcedor atleticano, sendo o 13º maior goleador da história do clube, com 123 gols, fez uma Copa muito elogiada. O Bomba de Vespasiano, como é conhecido, marcou dois belos gols na Copa de 82, contra a União Soviética e a Escócia.

Campanha do Brasil na Copa:

Primeira fase:

Brasil 2 x 1 União Soviética

Brasil 4 x 1 Escócia

Brasil 4 x 0 Nova Zelândia

Segunda fase:

Brasil 3 x 1 Argentina

Brasil 2 x 3 Itália

 

Delegação brasileira:

Time titular:

Valdir Peres (São Paulo); Leandro (Flamengo), Oscar (São Paulo), Luizinho (Atlético) e Júnior (Flamengo); Toninho Cerezo (Atlético), Falcão (Roma-ITA), Sócrates (Corinthians) e Zico (Flamengo); Éder Aleixo (Atlético) e Serginho Chulapa (São Paulo). Técnico: Telê Santana

 

Reservas:

Goleiros: Paulo Sérgio (Botafogo) e Carlos (Ponte Preta);

Defensores: Edevaldo (Internacional), Juninho (Ponte Preta), Edinho (Fluminense) e Pedrinho (Vasco);

Meio-campistas: Paulo Isidoro (Grêmio), Batista (Grêmio) e Renato (São Paulo);

Atacantes: Roberto Dinamite (Vasco) e Dirceu (Atlético de Madri)

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