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Sobrando no continente, seleção faz de Copa América quase um 'treino de luxo'

Tite quer oportunizar minutos e também possibilidades de jogo aos atletas que possui no grupo

Por Josias Pereira
Publicado em 14 de junho de 2021 | 07:00
 
 
 
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Das grandes seleções do futebol mundial, o Brasil não sabe o que é perder desde que os jogos voltaram após o período de suspensão devido à pandemia do novo coronavírus. O fato é que Tite e cia. tem dominado um futebol bem modesto praticado pelas demais seleções sul-americanas, dentre elas a rival Argentina. Nas duas jornadas que disputou para a Copa do Mundo, incluindo a atual, o comandante ostenta 16 vitórias em 18 jogos, com dois empates no currículo. 

Nas Eliminatórias para o Catar são 18 pontos, com seis vitórias em seis jogos, 16 gols marcados e apenas dois sofridos. Juntando as duas jornadas qualificatórias para as Copas da Rússia e do Catar, a seleção brasileira marcou incríveis 46 gols e sofreu apenas cinco. 

Em todo este período no comando da seleção brasileira, Tite ainda faturou uma Copa América de forma invicta e só perdeu um jogo oficial, a derrota para a Bélgica, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018. O fato é que o Brasil está sobrando no continente, tanto que Tite já adiantou que vai fazer alterações e testar opções durante o torneio de olho na Copa. Começou isso contra a Venezuela, testando movimentações como Éverton Ribeiro, o próprio Vinícius Júnior, a alternância entre Paquetá e Firmino, o ritmo maior dado a Gabriel Jesus. A Copa América virou, ao menos nesta primeira fase, uma espécie de treino de luxo para a seleção, com pouco tempo para se reunir e entender a dinâmica de Tite, ainda mais com o calendário espremido com a pandemia. O comandante não quer prejudicar a base. Mas, aos poucos, vai pincelar aqui e ali mudanças antes e durante os jogos da Copa América

“A ideia inicial é não descaracterizar. Se tu desmonta uma equipe, quebra os links, as conexões, a estrutura que a gente vem montando nos dois sistemas que a gente tem, tu tira a confiança do atleta. Ele vai pro jogo e não joga bem, a avaliação fica prejudicada. De ter sim, ou no transcurso do jogo, como o jogo exige, como jogo pede, inclusive para acelerar o adversário. Tu consegue, vai minando o adversário, que vai correndo, desgastando. Nos nossos jogos, no segundo tempo a gente consegue sempre um número de oportunidades e finalizações maiores do que no primeiros", analisou o treinador. 

Apesar da oportunidade de fazer observações, a seleção brasileira preferiu não convocar 28 jogadores para a Copa América, deixando o grupo enxuto, com 24 nomes. O auxiliar César Sampaio falou sobre a decisão. 

"É momento de oportunizar aos atletas, pelo que eles vêm fazendo, entregando nos clubes. E muitas vezes ao trazer 28 atletas, bom, vou falar mim... eu participei de uma Copa América uma vez que eu era o 24º, 25º, é muito desagradável. Você faz toda a preparação, concentra, come, dorme, treina, e chega no jogo e fica fora. É bom senso mesmo, respeito. Temos opção de reposição caso alguém tenha problema. Melhor ter grupo enxuto e trabalhar 100% com esse grupo", explicou. 

Na Copa América não há limite de trocas na lista de convocados durante o torneio, medida adotada pela Conmebol devido aos casos de Covid-19. O torneio ainda garante classificação às quartas de final para oito dos dez times envolvidos. Com a facilidade de sequência na fase seguinte, o Brasil objetiva a vitória, mas utilizando-se de todas as peças que possui para encontrar ainda mais variações táticas. O Brasil volta a campo na próxima quinta-feira (17), quando encara o Peru, às 21h, no Engenhão. 

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