Repique com balalaika

Russos importam samba brasileiro e agitam a Copa

No comando da bateria da Escola de Samba de Moscou está a também russa Mika Jordan

Por Josias Pereira
Publicado em 19 de junho de 2018 | 11:25
 
 
 
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A Rússia tem muito samba. Pode não ser da maneira mais ritmada possível, mas eles se esforçam. Nesta terça-feira, antes de a bola rolar para Polônia e Senegal, pelo grupo H da Copa do Mundo, a reportagem conheceu a Escola de Samba de Moscou, liderada pelo maestro Alexey Morozov. O grupo se reuniu na porta do estádio do Spartak e animou a chegada dos torcedores, todos curiosos para saber que batuque era aquele nas imediações. 

Os brasileiros, claro, ficaram espantados. Não era nem dia de jogo da seleção, que só passa pela capital russa no dia 27, quando encara a Sérvia. Mesmo assim, Morozov e sua trupe estavam eufóricos. "Eu amo o Brasil. Já tive a oportunidade de visitar o Brasil uma vez e fiquei encantado", conta o músico moscovita. 

"Conheci o Samba em uma apresentação aqui em Moscou há algum tempo. Foi um evento de samba reggae. Fiquei encantado com a sonoridade e resolvi estudar mais profundamente a música brasileira", completa. 

E dessa paixão imediata surgiu a Escola de Samba de Moscou, uma agremiação que já possui sete anos de existência. "Conseguimos reunir muita gente interessada no samba e também no pagode brasileiro. Hoje, durante o verão, fazemos apresentações para centenas de pessoas e ainda temos anualmente um festival de samba em Moscou", declara o russo. 

"Sou fã de todas as escolas de samba do Rio de Janeiro. É uma coisa fantástica o que eles conseguem fazer. Não tenho nenhuma preferência por uma escola de samba em especial porque amo todas", exalta Morozov, que durante a entrevista até mostrou o conhecimento em português cantando a música Madalena do Jucu, de Martinho da Vila. 

"Eu sei um pouco. Não tudo. Mas aprendi muito da cultura brasileiro", explica o maestro, enquanto os curiosos não param de se aglomerar para a apresentação. "Ainda temos 10 passistas, que infelizmente não puderam vir conosco", encerra. 

Comando feminino 

No comando da bateria da Escola de Samba de Moscou está a também russa Mika Jordan. Ela nunca foi ao Brasil, mas o português é uma língua que ela domina. Outra apaixonada pelo povo brasileiro. "O Brasil tem uma energia diferente. Vivem a vida de forma radiante, contagiam todos ao seu redor", diz Mika. 

"Além do samba, também sou do forró e do pagode", responde de bate-pronto a jovem russa. "Sou muito fã do Fundo de Quintal, do grupo Revelação, do Chico Buarque, Caetano Veloso. Procuro acompanhar tudo que vocês, do Brasil, produzem. Não tenho dúvidas de que os russos amam o Brasil. A felicidade que o povo brasileiro transmite é facilmente compreendida por nós", encerra Mika. 

Confira o batuque dos russos

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