O retorno da minastenista Carol Gattaz à seleção brasileira significa a presença de uma voz experiente em meio à juventude de outras centrais convocadas para o Campeonato Mundial Feminino de Vôlei. Aos 41 anos, a jogadora se vê no time verde e amarelo ao lado de Lorena, do Sesi Vôlei Bauru, de 23, e da colega de clube Júlia Kudiess, com menos da metade de sua idade: 19. No meio dessas duas gerações está Carol, do Dentil Praia Clube, de 31 anos, também chamada pelo técnico Zé Roberto Guimarães.
Gattaz volta à lista do treinador após ficar fora da Liga das Nações. É uma oportunidade para Júlia e Lorena acompanharem de perto, na seleção, alguém que pode apontar atalhos para a função. A experiente jogadora sabe disso e, apesar de paulista, indica um jeito mineiro para transmitir o que sabe ao ressaltar que é mais de fazer do que de falar.
"Eu sempre digo que uma equipe não tem como ser só de pessoas muito mais velhas e nem muito mais novas. Acho que a mescla de tudo isso é o resultado de sucesso. Vou tentar estar junto a elas. Eu sou uma líder mais calada, tentando fazer mais do que falar. Como eu conheço elas, já sou muito próxima de todas. Espero que elas consigam sugar algumas coisas bacanas. A maioria das meninas aqui é muito jovem, então acho que elas têm muito a evoluir. É jogando, passando por dificuldades, por esses jogos difíceis, que elas vão crescer. Acredito que isso vai acontecer naturalmente", analisa Gattaz.
A jogadora rasga elogios às colegas mais jovens e ainda cita Diana, de 23 anos, do Barueri, que passou por uma cirurgia ortognática, mas que deverá retornar nas próximas convocações. "A posição que talvez mais tenha meninas de qualidade é o meio de rede. Tanto a Lorena, como a Júlia Kudiess, que entrou super bem e estava dando conta do recado no lugar da Diana, que é outra central que também estava muito bem. São centrais super promissoras, já são realidade dentro da seleção. Claro que, ano a ano, elas vão pegando mais experiência e ficando cada vez melhores, mas eu acho que o Brasil está muito bem servido, principalmente na nossa posição de central."
A seleção está em Saquarema, no Rio de Janeiro, onde se prepara para o Mundial, que será disputado entre 23 de setembro e 15 de outubro, na Polônia e na Holanda. O Brasil está no Grupo D, no qual vai enfrentar China, Japão, Colômbia, Argentina e República Tcheca. Mas, para além desta competição, Gattaz admite, ao ser questionada, que pensa em disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em 2024, quando terá 43 anos.
"É complicado falar, tem que ver ano a ano. Pela minha idade, eu nunca vou saber como vou estar no próximo ano. Estou super bem hoje, espero conseguir ficar em alto nível por muito mais tempo, mas não dá para falar. Claro que eu penso em disputar [as Olimpíadas], ainda mais agora, dependendo de como eu voltar para o Mundial. Eu penso, sim. Se eu conseguir aguentar, vou disputar vaga. Se eu ainda estiver sendo útil à seleção, é claro que eu vou querer estar aqui", afirma Gattaz.