Campanha Minas Verde,criação do Selo Verde para cidades, bares e estabelecimentos que sigam rigorosos critérios de sustentabilidade, implementação de sinalização turística, incentivos fiscais e estruturação da Rota Verde são as principais ações do Plano Diretor do Turismo Verde: Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável de Minas Gerais, lançado nesta terça-feira (8/9), no Palácio da Liberdade, pelo governo de Minas.
Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, a partir de agora toda a promoção de Minas vai ter como pano de fundo a necessidade de preservar o meio ambiente, não apenas nos segmentos do turismo de aventura e ecoturismo, mas em todos os grandes eventos ar livre. A partir do ano que vem, cerca de R$ 800 milhões em editais para a cultura também terão de prever a sustentabilidade como meta. A ideia é repensar a produção de lixo e panfletagem dos eventos culturais.
“O Carnaval 2025 será o momento de colocar em prática o turismo verde. Do marketing ao evento. Estamos inclusive pensando na sonorização com energia renovável. Queremos que todas as pautas no turismo passem por um grande projeto de conscientização. É importante que a cultura e o turismo possam dar sua contribuição para esse momento emergencial que o mundo vive”, destaca Oliveira. Ações do Plano de Turismo Verde também serão realizadas na promoção de eventos como o Natal da Mineiridade e a Virada da Liberdade.
O governo deve criar a partir do próximo ano o Selo Verde Minas para certificar meios de hospedagem, agências de viagens, receptivos, meios de transporte, restaurantes e bares que adotem práticas sustentáveis. “Para os meios de hospedagem e toda a cadeia produtiva, temos subsídios do BDMG para certificar hotel, bar, restaurante que tenha como prática a sustentabilidade, queremos provocar o envolvimento das pessoas na pauta”, enfatiza.
Editais também vão incentivar a criação de rotas que privilegiem a natureza. “Cuidar do meio ambiente é um dos grandes ativos para atrair turistas para MInas Gerais”, argumenta o secretário. Em relação aos municípios, Oliveira disse que a Secult disponibilizará R$ 75 milhões de ICM Turístico no próximo ano. “Só vamos certificar ou repassar recursos para aqueles municípios que trabalhem a sustentabilidade”, ressaltou.
Dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad), uma das parceiras na ação, apontam que Minas abriga 95 unidades de conservação, das quais 35 abertas à visitação, e 24 parques estaduais. Em julho, a visitação aos parques cresceu 12% em relação ao mesmo mês de 2023. O Estado conta ainda com 296 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) oficialmente criadas , com total de 116 mil hectares preservados, e a única cordilheira do Brasil, a do Espinhaço.
Segundo o governo de Minas, o lançamento do Plano Diretor do Turismo Verde vai ao encontro do desejo dos turistas. Dados da Embratur colhidos em 2023 revelam que 95% dos viajantes afirmam que viagens sustentáveis são mais importantes do que nunca, 55% estariam dispostos a pagar mais por viagens certificadas como sustentáveis e 84% acreditam que a oferta de viagens sustentáveis pelas agências ainda é limitada.
O projeto, que começou a ser desenhado há dois anos, partiu de um diagnóstico detalhado, além de parcerias com órgãos estaduais (secretarias de Cultura e Turismo, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além de empresas como a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Foram realizadas também 15 oficinas, encontros com 48 Instâncias de Governança Regionais (IGRs), 42 receptivos e sete especialistas em turismo verde.
“É a primeira vez que temos um programa coordenado, transversal, que também leva em consideração os editais da cultura e é direcionado aos visitantes, para que tenham consciência de que é necessário viajar, mas com o cuidado com a natureza”, explica o secretário. "Queremos fazer com que cada um dos 2 milhões de turistas mensais que passa Mias tenham essa consciência".
O plano ainda prevê press trips com jornalistas de turismo sustentável e influenciadores digitais para mostrar o impacto das iniciativas verdes; capacitação e formação técnica e apoio logístico para gestores públicos interessados em aplicar soluções sustentáveis em suas cidades; parcerias estratégicas com prefeituras, universidades, Instâncias de Governança Regionais (IGRs), empresas de energias limpa, startups e instituições ambientais, além de agências de turismo e operadores.
Segundo o governo de Minas, o Plano Diretor do Turismo Verde está em sintonia com o Programa de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), criado para ser um guia para setores público e privado para as transformações necessárias até 2030 na maneira de produzir, consumir e interagir com o meio ambiente. Minas está na terceira colocação dos Estados brasileiros na execução das metas relacionadas aos ODS.