A culinária da região de Furnas é rica em deliciosas receitas, e os peixes, principalmente a tilápia e a traíra, são famosos e presentes em restaurantes como o Turvo (@restaurantedoturvo), aberto em 1963 e que fica às margens da represa de Furnas. Já o restaurante Cozinha da Roça (@cozinhadaroca) serve a tilápia na telha com molho vermelho e branco, bem como a versão empanada à milanesa. No restaurante Panorama, a tilápia empanada e sequinha no queijo Canastra é o prato de destaque do cardápio. Além dos peixes, Capitólio ainda tem restaurantes tradicionais como o Tropeiro (@tropeirocapitolio) e até gourmet, como o Salvatore.
A proximidade com o lago de Furnas faz a culinária local apostar em pratos com peixes. Massas, risotos e carnes nobres também vão à mesa em pratos mais elaborados. Os dois melhores restaurantes da cidade têm propostas bem distintas. O Restaurante do Turvo é uma herança de família: o pai de Luís Turvo ergueu um bar em um local ermo, já antevendo a construção futura da barragem de Furnas. O bar de comida caseira teve vida longa, até 1988. Turvo repensou o espaço a partir de 1990, explorando dois peixes muito comuns na região: a traíra e a tilápia. A ideia era oferecer a traíra livre de espinhos e desossada. Foram muitas noites mal-dormidas até ele inventar uma técnica para desossar o peixe.
No cardápio, a traíra é a estrela da casa e ganha vários preparos: a traíra desossada pode vir à milanesa, frita ao dorê, gratinada, grelhada com legumes, grelhada com pimentões, azeitonas e cebolas, com feijão-tropeiro, acompanhando arroz e frutas, no estilo pizza, à parmegiana e cozida na telha. Os preços variam de acordo com a fome do cliente: P (R$ 188, individual ou para duas pessoas), M (R$ 282, para três a quatro pessoas) e G (R$ 376, para quatro a seis pessoas). Há, ainda, pratos veganos, porções de peixe frito e coxinha de peixe. O restaurante abre diariamente das 10h30 às 16h30.
Outros pratos que fazem sucesso é a tilápia canastreira, servida em forma de baú com creme de palmito, chips e cubos empanados de queijo canastra, acompanhada de arroz branco e legumes na manteiga, e a tilápia nascentes, medalhões de tilápia envoltos em tiras de bacon com toque de ketchup e creme de palmito, acompanhada de arroz com alho, purê de batatas, brócolis, geleia de abacaxi e patê de pimenta, ambas ao custo de R$ 159. O cardápio foi todo criado pelos proprietários, e a matéria-prima, os peixes, vem do lago de Furnas, tudo muito fresco. O restauante compra por mês cerca de 5 toneladas de traíra e vende uma média de 300 kg.
O Salvatore Ristoranti é a unanimidade em Capitólio. O restaurante do casal Eduardo e Lara, na avenida principal da cidade, tem apenas sete anos e promove a culinária italiana com toques de ingredientes de Minas, como peixes e queijo canastra. “Os proprietários são apaixonados por comer bem e colocaram no cardápio o que gostam de comer”, afirma a gerente-geral Débora Guimarães. Um segundo restaurante foi aberto há sete meses em Escarpas do Lago, com foco na cozinha mediterrânea. O cardápio tem pratos como o salmão com risoto de laranja e o carpaccio de peixe curado na beterraba, muitos deles para serem compartilhados. Como está em um clube, o horário de funcionamento é apenas às sextas-feiras e sábados, das 19h às 22h30.
O ambiente despojado e rústico do Salvatore esconde um pouco a sofisticação de sua culinária. O chef Santana aposta em pratos elaborados e que chegam à mesa com uma apresentação irrepreensível. Escolha degustar a lasanha de costela (fatias de lasanha dourada com costela desfiada ao creme de queijo canastra e molho pomodoro, a R$ 73) ou a tilápia e risoto de coco (tilápia crocante acompanhada de risoto cremoso picante, com lascas e leite de coco, queijo barão da canastra, gengibre e agrião, R$ 71). Pela qualidade e refinamento dos pratos, os preços são extremamente honestos. Eu experimentei o flat iron e mezzaluna (massa fresca em meia-lua recheada de queijos da canastra, molho de queijo canastra e pétalas de cebola com geleia de pimenta da casa (R$ 75), deliciosamente saboroso e com um equilíbrio incrível de sabores.
O cliente ainda pode montar seu prato, saindo da rigidez do à la carte, escolhendo um corte (flat iron, filé mignon, cupim, ancho angus, chorizo angus e tilápia crocante) e combiná-lo com vários acompanhamentos, como saladas, risoto, massa fresca, batata frita e farofa. Há, claro, uma seleção de antepastos, pizzas e sobremesas. O atendimento é excelente: os garçons se mostram muito bem-informados sobre os pratos, a ponto de acrescentar detalhes importantes. O Salvatore ainda aposta em cervejas artesanais e vinhos mineiros, como o Luiz Porto. Tanta mineiridade em um restaurante de proposta italiana deixa o turista muito impressionado com as possibilidades da gastronomia de Capitólio.