Além das praias, dos restaurantes e das feirinhas, Nice, na França, também oferece várias opções para quem busca um turismo cultural. A expressão cosmopolita e também sofisticada da cidade está cravada na colina Cimiez, que dá nome, inclusive, ao bairro que tem o metro quadrado mais caro da cidade – estimado, em novembro, em R$ 20 mil.
Do moderno ao mais tradicional, lá está Le Regina, hotel construído em menos de dois anos e que acolheu a rainha Vitória, monarca inglesa que teve um reinado de mais de 60 anos. Entregue em 1897, a obra tinha o que era de mais moderno para a época, como eletricidade e aquecimento central, e até hoje é ponto simbólico na cidade, apesar de ter se tornado um grande edifício de apartamentos.
Quem comprou duas unidades lá, em 1938, e as converteu em um “estúdioapartamento” foi o artista francês Henri Matisse, que morreu em 1954. O museu dedicado ao seu acervo está bem perto dali, em uma caminhada breve que pode cruzar as ruínas da Arena Cimiez. Esse anfiteatro romano foi construído no século II e declarado monumento histórico em 1947.

Vencendo as ruínas, logo estarão as escadarias do Museu Matisse, que reúne obras e objetos do acervo pessoal do artista, tornando-se o único no mundo com tal coleção. Matisse foi um pintor, desenhista, gravurista e escultor francês considerado uma das expressões mais significativas da arte de vanguarda. É também um dos fundadores do fauvismo, o primeiro movimento moderno do século XX.
O local fica aberto todos os dias, exceto às terças-feiras. Os horários de funcionamento variam conforme a época do ano: das 10h às 17h, até 30 de abril, e das 10h às 18h, de 2 de maio a 31 de outubro.
Se preferir ir de ônibus, as linhas são: 5, 16, 18, 33, 40, 70. Ponto: Arènes/Musée Matisse. O ingresso custa € 10 (R$ 63).
Infraestrutura
Le Regina, apesar de ser turístico, não é o hotel mais famoso dos mais de 200 existentes na cidade. Le Negresco, com mais de cem anos de existência, abriu suas portas num 8 de janeiro e também recebeu artistas renomados, políticos e a alta sociedade do mundo todo.
Nice sabe receber, como a história mostra, e tem infraestrutura para tanto: é a segunda cidade mais visitada da França, com o segundo maior aeroporto, atrás do de Paris. E, há pouco tempo, em julho de 2021, teve 10% do total da sua área inscrito como patrimônio mundial da Unesco – a “Cidade-Resort de Inverno da Riviera”
Villa Kerylos
As influências externas de países como Reino Unido, Itália e Rússia em Nice e região são surpreendentes, vide a Villa Kerylos, que arrebata em cada detalhe. A menos de 30 minutos de ônibus de Nice, no sentido Mônaco, esse palácio, construído entre os anos de 1902 e 1908, respeitou critérios gregos e custou, à época, algo em torno de 9 milhões de francos – cerca de 45 milhões de euros se fosse feito atualmente com a mesma técnica.
A construção é ladeada pelo mar Mediterrâneo de azul vívido, com uma vista de tirar o fôlego. Jardins coloridos e muito bem- cuidados harmonizam com essa atmosfera. Em seu interior, há uma riqueza geométrica no piso e no teto, no mobiliário e nas obras de arte que torna difícil não se imaginar vivendo como uma princesa ali. O local era do arqueólogo Théodore Reinach e de sua família. Depois de sua morte, foi entregue ao governo francês e virou ponto de visitação. O acesso custa 13 euros.

Novidade para chegar até a França
Em 28 de outubro, a AirFrance inaugurou a expansão de seus voos para Paris. Desde então, Salvador tem voos diretos para a Cidade Luz, três vezes por semana: às segundas, às quintas e aos sábados, no Airbus A350, para 324 passageiros.
A capital baiana é o quinto destino da AirFrance no Brasil, que opera para Paris em São Paulo (dois voos diários), Rio de Janeiro (um voo diário), Fortaleza (cinco voos semanais), e de Belém para Caiena, na Guiana Francesa (um voo semanal).
Nice não é um destino tão visitado por brasileiros, mas, se você reservar três ou quatro dias de sua estada na França, a sugestão é fazer o trecho de avião, pois o voo dura cerca de 1h20/1h25. Contudo, não é o meio mais acessível. Há a opção de fazer o trecho de trem a partir de € 10,68 (quase R$ 68, considerando a cotação do euro a R$ 6,31, em 8/1) – tíquete individual. A viagem de trem mais rápida é estimada em 5h31, segundo o Rail Europe.
Hospedaria
Nice tem mais de 200 hotéis à disposição do turista, como:
Opções históricas e de luxo:
Anantara Plaza Nice Hotel
Os 151 quartos e suítes do hotel, com vista para o Mediterrâneo e os jardins Albert 1er, receberam um novo design recentemente e uma decoração estilo contemporâneo. Diárias a partir de 281 euros (R$ 1.749, cotação de 13 de janeiro)
Hôtel du Convent
Instalação que, no passado, abrigou um convento, atualmente oferece mais de 80 quartos, de variadas dimensões e estrutura diversa e requintada. Diárias a partir de 333 euros (R$ 2.071)
Opção boutique
Palais Ségurane
Localizado no coração da cidade de Nice, oferece 43 suítes muito bem equipadas e decoradas. Diárias a partir de 127 euros (R$ 793,75)
*A jornalista viajou a convite da Air France, numa parceria com a Gol e a Atout France