A temporada de cruzeiros começou em outubro e vai até 20 de abril do próximo ano. A Clia Brasil anunciou que será a maior até hoje na costa brasileira, com dez navios, seis meses de duração e mais de 780 mil leitos ofertados, fazendo 184 roteiros, com 486 escalas e 17 destinos. Isso depois da anterior ter sido interrompida em janeiro deste ano pela Covid-19. No último dia 10, o portal O Tempo foi convidado para a estreia do MSC Seashore em águas brasileiras.
"Irmão" mais velho do MSC Seaview e do MSC Seaside, o Seashore fez barulho em sua vinda ao Brasil. Pelas proporções, claro! É o maior navio a aportar na costa brasileira. São 20 andares, 339 m de comprimento, 42 m de largura e 74 m de altura. Um gigante! Mas tamanho importa? Não, mas impressiona e funciona bem como marketing. No entanto, o Seashore vem com algumas novidades, entre elas design e tecnologia.
Vamos lá! É o primeiro navio classe Seaside EVO, um degrau acima do Seaside. Explicando: 65% das áreas foram projetadas para aprimorar a experiência a bordo. O que significa, em outras palavras, que a armadora italiana investiu mais em espaços de lazer e entretenimento. O navio foi concebido para conectar o passageiro com o mar, como a imensa promenade de 54 m nas laterais, que o coloca mais próximo do mar. São seis piscinas, duas delas de borda infinita e outra com teto retrátil, duas hidromassagens e parque aquático com três toboáguas.
A bandeira é italiana, a decoração é italiana, mas a temática é norte-americana. O Seashore faz um tributo a Nova York ao batizar seus espaços com o nome de atrativos da cidade norte-americana. Tem até uma Estátua da Liberdade gigante no cassino; a principal área de compras é a Times Square, também referência na parede de LED de 8,5 m de altura, que abrange quatro andares, com letreiros em neon.
Como todo navio de bandeira italiana, é normal um "quê" de exagero estético, que soa kitsch até demais: tudo colorido, com luzes e brilhos. A exceção são as cabines, cleans. O tamanho delas importa? Não, se você pensar que é só para dormir e relaxar, está tudo bem confortável e com janelas com vista para o mar. E não me pergunte se balança, porque sim. Todo o navio balança até você tomar a segunda dose de bebida.
Em todo o navio, eu, particularmente, gostei da promenade de 540 metros nas laterais para relaxamento e a Ponte dos Suspiros suspensa no 16º andar do navio. Ou ainda de aproveitar a piscina de borda infinita, de preferência ao pôr do sol e bebericando um coquetel daqueles exóticos e coloridos para se sentir um verdadeiro bloguerinho. Um conselho de frequentador de cruzeiros: fique de olho nos horários de pico e desfrute dos ambientes em horários tranquilos para não disputar espreguiçadeiras ou pegar filas. Cruzeiros costumam ficar lotados.
Como tem capacidade para 7.077 pessoas, um navio desse porte lota todos os espaços, como comentei no parágrafo anterior. Uma dica é agendar tudo, dos restaurantes aos shows, garantindo que terá lugar à mesa nos restaurantes ou uma poltrona com o melhor ângulo para assistir o espetáculo no teatro. Quem foge da balbúrdia como eu, prefere o Brooklyn Café, com seu delicioso show de jazz. ou o Cabaré Rouge, uma baladinha bem soft. Festa temática só a do Capitão, que exige traje de gala e é chatinha — todo mundo fala a mesma coisa.
Se pudesse definir uma viagem de cruzeiro, diria que é uma festa etilíco-gastronômica. Nenhum foge à regra da comilança. No Seashore são 18 bares servindo coquetéis, vinhos, cervejas e refrigerantes. Na hora de comprar o pacote, confira se inclui ou não bebida para não doer no bolso. Para quem bebe muito, melhor o tudo-incluído; para quem se contenta com chope, o Sport Bar é o seu lugar! Iem para as comidinhas.
São nove restaurantes! Isso mesmo, para todo os paladares e bolsos. O Marketplace é com bufê variadíssimo no sistema self-service. Entre os que exigem apenas reserva estão o Central Park, Tribeca, 5th Avenue e Manhattan. Quem pode desembolsar alguns dólares — a moeda corrente no local — pode reservar os mais exclusisos, como o Kaito Teppanyaki, o latino-americano Hola! Tacos & Cantina, a churrascaria Butcher’s Cut, e o especializado em peixes e frutos do mar Ocean Kay.
Eu acho que realmente vale muito ter, pelo menos, uma experiência gastronômica: no Kaito Teppanyaki, os comensais se divertem com a hailidade do chef, que prepara, ao vivo, as carnes e pescados na grelha. Diga-se de passagem, com muito domínio e malabarismo com as facas, claro! Hola! Tacos & Cantina, a culinária latino-americana exibe os tacos, os nachos, as empanadas, as tamales, a sopa de tortilla e outas cosas mas. Já no Ocean Kay é meu fraco, com seus benditos camarões!
Se o divertimento do lado de fora é a água, o de dentro é um spa com 17 salas de tratamentos e massagens, um cassino, um corredor de lojas, o Madison Theatre, com shows diários ao estilo Broadway, e uma academia com aparelhos de última geração. A área mais luxuosa é para membros do MSC Yacht Club: quatro andares oferecem experiência serviços e espaços exclusivos. Só para gente VIP mesmo!
Ainda nas áreas para "furar" o bolsos, a diversão para os pequenos tem minic club e para adolescentes o Teen Club. Mas não é que as crianças vão querer aqueles brinquedos bacanas, na área de games, que custam algum dinheirinho, em média US$ 10 dólares (isso mesmo, cerca de R$ 50), como o Formula Racer, que simula uma corrida de Fórmula 1, o Cinema XD com a histórinha dos zumbis em terceira dimensão, e o Rafting VR, que simula descida de rafting. Se não quer gastar, convença-os a descer no toboágua com óculos de realidade virtual.
O MSC Seashore partiu no sábado (10/12) para o seu primeiro cruzeiro com um itinerário de seis noites, com visitas a Búzios (RJ), Salvador (BA) e Ilha Grande (RJ). Durante a temporada 2022/2023, o navio oferecerá roteiros de seis a oito noites partindo do porto de Santos (SP) e visitando de maneira alternada Ilha Grande, Búzios, Maceió (AL) e Salvador. Além da cidade paulista, os viajantes poderão embarcar em Salvador e Maceió. Portanto, tem bilhetes aéreos na conta da viagem.