Marca registrada da vitivinicultura do país, a uva tannat reina absoluta no solo uruguaio, ao lado de cepas de cabernet sauvignon e cabernet franc, merlot, chardonnay, sauvignon blanc, mas também marsanne, syrah, sangiovese, viognier, riesling, tempranillo, albariño e zinfandel. Com o terroir de origem no sudoeste da França, a tannat acabou adquirindo a soberania dos vinhedos uruguaios, à semelhança da malbec, na Argentina, e da carménère, no Chile. Isso se dá graças à topografia dos terrenos (a paisagem uniforme da campanha é propícia ao cultivo) e às condições meteorológicas, com dias quentes e noites frias, que asseguram maturação adequada às uvas.
Vinícola mais próxima de Punta Del Este, o Alto de La Ballena, em Maldonado, tira bom proveito de ares oceânicos e solos montanhosos. Fica a 16 km de Punta Ballena, praia onde fica uma importante atração turística do país, a Casapueblo, obra-prima do artista plástico Carlos Páez Vilaró. A propriedade de 20 ha (hectares), sendo 8 ha de vinhedos, foi adquirida no ano 2000 por Paula Pivel e Álvaro Lorenzo, casal aficionado pelo universo dos vinhos. Hoje, a propriedade oferece degustação e passeios guiados. Antes de transformar o sonho em realidade, porém, a dupla estudou a topografia do terreno, de solo pedregoso, ligeiros declives e proximidade com o mar.
A menos de 30 km do centro de Montevidéu, a Bodega Bouza é uma das mais famosas. Já funcionava como vinícola desde 1942, mas em 2001 os Bouza compraram a propriedade, dando início a um processo de reconstrução das instalações e uso de tecnologia para cultivo e produção. A vinícola se destaca pela sofisticação e oferece passeios, incluindo a visita à coleção de carros antigos da família. Após o tour, são degustados vinhos acompanhados de petiscos. Para quem não pretende fazer o roteiro completo, uma dica é almoçar no restaurante da propriedade e aproveitar para percorrê-la.
Detalhes que fazem diferença
A decoração moderna dá o tom da recém-inaugurada Pousada Pizzorno (pizzornowines.com), em Canelones, onde uma copa de uso comunitário e quartos (são apenas quatro) com varanda para o vinhedo de moscatel envolvem o visitante numa atmosfera intimista e familiar – bem ao estilo da empresa que produz o Primo 2013, blend de seleção rigorosa, fruto da excelente colheita daquele ano, com tannat, merlot, malbec e petit verdot, em comemoração aos cem anos da vinícola.
Francisco Pizzorno, de 25 anos, o quarto da geração de vinicultores da família, é o responsável pelo processo de modernização da empresa, sem, no entanto, perder a conexão com a tradição. Aos turistas, a Pizzorno oferece, além da novidade, visitas guiadas ao vinhedo e à bodega, visitas à cave e, é claro, degustações personalizadas na companhia de um integrante da família.
Familiar. Também em Canelones, a 45 km de Montevidéu, fica o Viñedo de Los Vientos (vinedodelosvientos.com), empresa familiar de pequeno porte (produção anual de 60 mil garrafas), que é hoje a quinta em exportação de vinhos do país. A história remonta à década de 40, mas foi a partir de 1997, quando Pablo Fallabrio, neto do fundador italiano, e Mariana Cerutti, sua mulher, assumiram os negócios, que a empresa tomou fôlego para se expandir e exportar. Visitas guiadas pelos vinhedos contam com o clima agradável e a recepção calorosa característica dos uruguaios para percorrer todos os seus 17 ha.
*Elisa Torres viajou a convite do Ministério do Turismo do Uruguai e da Winetours Uruguai – Los Caminos del Vino.
Serviço
Passeios. Degustações custam entre US$ 35 e US$ 90, por pessoa. O preço varia de acordo com o tour escolhido. No site oficial da Associação Caminhos do Vinho, há mais informações. Também é possível fazer reservas. Mais informações no site uruguaywinetours.com.