Em um mercado automotivo dominado por SUVs e picapes cada vez maiores e mais pesados, a Suzuki vai na contramão e anuncia planos ambiciosos para a próxima década.
A tradicional montadora japonesa planeja reduzir o peso de seu hatch compacto Suzuki Alto em 15% até 2030. O objetivo é reduzir o consumo de energia do veículo e empregar esses ganhos tecnológicos em outros modelos.
Menos peso, mais economia
A atual geração do Suzuki Alto, vendido em mercados emergentes como a Índia, pesa atualmente 680 kg. A montadora espera reduzir este peso em 100 kg, posicionando-o como um dos carros mais leves do mercado. Para comparação, o Renault Kwid, um dos poucos modelos compactos ainda à venda no Brasil, pesa 977 kg.
A Suzuki afirma que a redução de peso será alcançada por meio de um conjunto de medidas, incluindo o uso de materiais mais leves na carroceria e componentes, otimização do design e implementação de novas tecnologias de produção.
Carros mais leves, com motores e baterias menores, também provavelmente permitirão à Suzuki reduzir o preço de seus modelos no mercado. Na Índia, por exemplo, o Suzuki Alto K10 é vendido por 400 mil rúpias (cerca de R$ 25 mil, na conversão direta).
Novo motor 1.2 a gasolina
Em 2023, a Suzuki apresentou ao mercado seu novo motor 1.2 a gasolina aspirado, três cilindros, de 80 cv, o Z12E, com uma eficiência térmica de até 40%.
Ele foi aplicado na nova geração do Suzuki Swift, que traz um sistema híbrido-leve com bateria de 12V. O consumo médio do novo Swift (foto abaixo) chega a incríveis 22,7 km/L.
A montadora também anunciou que cogita expandir o uso do motor Z12E para outros modelos em todo o mundo, além de investir no desenvolvimento de tecnologias híbridas e de célula de combustível.
Design de fácil reciclagem
Outro pilar dos planos da Suzuki para o futuro é a chamada economia circular, que visa reduzir o impacto ambiental dos veículos ao longo de todo o seu ciclo de vida.
A montadora planeja projetar seus modelos para que eles possam ser facilmente desmontados e reciclados, reduzindo o consumo de recursos naturais e minimizando a geração de lixo.
"O sistema econômico convencional é chamado de economia linear, no qual o fluxo de extração de matéria-prima, fabricação de produtos, utilização e descarte é unidirecional. Isso causou consumo em massa de energia, esgotamento de recursos e destruição ambiental", pontuou a montadora em seu comunicado oficial.