O ex-CEO da Nissan, Carlos Ghosn, sofreu mais um revés em sua batalha judicial. A Suprema Corte das Ilhas Virgens Britânicas decidiu que o superiate de luxo "Shachou", adquirido com fundos desviados da montadora japonesa, pertence à Nissan.

O iate, avaliado em US$ 32 milhões (cerca de R$ 175 milhões), foi um dos símbolos do estilo de vida luxuoso de Ghosn e um dos pontos centrais das acusações de conduta antiética contra o executivo. Com a decisão judicial, o superiate deverá ser devolvido à Nissan.

Esquema de desvio de fundos

A investigação revelou que Ghosn e sua esposa criaram uma complexa rede de empresas para desviar fundos da Nissan e adquirir o iate. O dinheiro foi transferido por meio de uma subsidiária da Nissan no Oriente Médio e dividido entre várias empresas controladas pela família Ghosn.

A justiça considerou que o esquema foi montado para beneficiar pessoalmente o ex-CEO da Nissan e seus familiares. A decisão judicial foi clara ao afirmar que os pagamentos realizados à empresa que adquiriu o iate foram feitos para beneficiar o Sr. Ghosn ou seus dependentes.

Nissan comemora decisão

Apesar da decisão judicial, Ghosn afirmou que irá recorrer da sentença. O ex-CEO da Nissan, que atualmente reside no Líbano, continua sendo procurado pela justiça japonesa e por outros países.

A Nissan comemorou a decisão judicial e afirmou que esta é mais uma etapa na recuperação da empresa após os danos causados pela conduta de Ghosn. A montadora japonesa visa recuperar os valores desviados e reparar sua imagem.

O caso Ghosn

Carlos Ghosn foi preso no Japão em 2018, acusado de desvio de fundos e subdeclaração de renda. O executivo, que era considerado um dos maiores nomes da indústria automobilística, negou todas as acusações. Após passar um período detido, Ghosn conseguiu fugir para o Líbano, onde continua foragido.

O caso Ghosn expôs uma série de irregularidades na gestão da Nissan e gerou um grande escândalo no mundo corporativo. A decisão judicial sobre o superiate é mais um capítulo nessa saga.