A Ford foi condenada a pagar R$ 30 milhões em indenização por danos morais coletivos pelo fechamento abrupto de sua fábrica em Camaçari (BA).
O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) considerou que a montadora violou direitos ao encerrar atividades sem negociar previamente com o sindicato dos trabalhadores.
Falta de diálogo
O Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) afirma ter comprovado que a Ford tomou a decisão unilateralmente, ignorando acordos coletivos e contratos com o BNDES. O início da negociação com os trabalhadores só teria ocorrido após ação judicial movida pelo órgão.
O anúncio do fechamento da fábrica da Ford ocorreu em janeiro de 2021. Segundo o MPT-BA, cada trabalhador demitido recebeu suas verbas rescisórias, além de dois salários extras por ano trabalhado e uma compensação proporcional ao tempo de serviço. A indenização mínima prevista foi de R$ 130 mil por trabalhador.
Próximos passos
Conforme o MPT-BA, o pagamento da indenização só será efetuado após esgotados todos os recursos. Os valores serão destinados à reparação social pelos danos causados. Ações individuais e coletivas discutirão compensações diretas aos trabalhadores.
Sobre a decisão do TRT-5, que ainda cabe recurso, a Ford afimou que não se manifesta sobre processos judiciais em andamento. O tribunal acatou por unanimidade a tese do Ministério Público.