Há mais de 150 anos, as velas de ignição têm alimentado os motores de combustão interna com os dos automóveis. Mas agora as montadoras podem estar a um passo de substituir essa velha tecnologia pela ignição a laser, o que permitirá veículos mais ecológicos, eficientes e econômicos. No passado, os lasers de alta potência já eram suficientes para inflamar o combustível do motor, mas o objeto era muito grande para caber debaixo do capô. Trata-se de um novo invento desenvolvido pelo Instituto de Ciências Naturais do Japão e que será apresentado, na próxima semana, na Conferência Mundial sobre Lasers e Eletro-ótica (Cleo 2011), a ser realizada em Baltimore, nos Estados Unidos.
O novo sistema de laser multifeixe é o primeiro pequeno o suficiente para caber dentro do cilindro do motor de um carro. A vela a laser é feita de cerâmica, e pode ser produzido de forma barata em grandes volumes, conforme um dos autores do invento, Takunori Taira. De acordo com ele, velas de ignição convencionais representam uma barreira para melhorar a economia de combustível e reduzir as emissões poluentes. Velas de trabalho, enviando pequenos, de alta tensão faíscas elétricas através de uma abertura entre dois eletrodos de metal. A faísca incendeia a mistura ar-combustível no cilindro do motor, produzindo uma explosão controlada, que força o pistão para baixo para o fundo do cilindro, gerando a potência necessária para movimentar o veículo.
Taira explica que o laser pode concentrar os seus raios diretamente no centro da mistura. Sem resfriamento, a frente da chama se expande mais simetricamente e até três vezes mais rápido do que as velas convencionais de hoje. Igualmente importante, explica ele, os lasers injetam sua energia em nanosegundos, em comparação com os milissegundos das atuais velas de ignição.
O atual grande desafio dos pesquisadores é calibrar a potência do laser de maneira adequada para uma combustão sem danos ao motor. Apesar de altamente promissora, o sistema de ignição a laser ainda não tem previsão de estrear no mercado. No entanto, a equipe de Taira já está trabalhando junto a Denso, empresa de componentes que pertence a Toyota, para implementar a novidade o mais breve possível nos automóveis.