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Pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
E tem sido assim com a brava seleção brasileira feminina.
O Grand Prix, competição que nem existe mais, foi o último título em 2017.
Apesar da frequência no pódio, o tabu e jejum de títulos incomodam dentro e fora de quadra, deixam interrogações no ar e obviamente pressionam antecipadamente o grupo que será convocado para 2026.
Para a maioria, não é uma questão de sorte ou azar, é questão de escolhas.
Pode ser.
Mas é inegável que existe uma barreira entre bronze, prata e a tão desejada medalha de ouro.
Nada é definitivo, mas tudo pode e deve ser repensado.
Os resultados das categorias de base, abandonadas pela CBV, são reflexo da indesejável seca.
Isso é fato.
A questão emocional, não é de hoje, pesa e ganha cada vez mais espaço a medida que o jejum aumenta.
A pior derrota é aquela que você perde para si mesmo.
É a sensação que deixa esse grupo.
E não foram poucos os jogos que o Brasil teve nas mãos e deixou escapar.
Você pode discutir técnico, funções, ausências, nomes, jogadoras e substituições.
Se bem que em alguns casos é preciso entender a diferença entre paciência e perda de tempo.
No Brasil, marca registrada da cultura, a cada título perdido alguém é escolhido para pagar a conta.
Exagero.
A covardia é a pior, a mais pesada, senão a mais degradante e carga que o ser humano pode carregar.
A sorte da comissão técnica e dos críticos é que Julia Bergmann tem outra mentalidade, criada e formada nos Estados Unidos.
É nome certo no ciclo olímpico, o terceiro de jejum.
2025 termina como 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024, ou seja, com o Brasil zerado de títulos.
Não é normal normalizar o que não é normal.
As frustrações são apenas mais uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência.