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Não há coisa mais difícil de explicar do que o óbvio.

A Itália apenas confirmou diante da valente Turquia, o que havia  conquistado em final antecipada na véspera contra o Brasil: o segundo título mundial.

E mereceu.

Há quem diga que a Turquia resistiu muito mais do que a própria Itália poderia imaginar,.

Mas e daí?

No fim, assim como o Brasil, caiu no tie-break.

E quase, no esporte, é quase igual a nada.

Ninguém, deixando o insistente e chato patriotismo de lado, merecia mais que a Itália.

35 jogos sem perder, campeã olímpica, bicampeã da VNL e agora Mundial.

A Turquia, exatamente como a seleção brasileira, também teve motivos para sonhar com a vitória, embora o enredo tenha sido ligeiramente diferente na contagem dos fatos.

Vargas, 33 pontos, foi a responsável pelo improvável e inesperado equilíbrio.

Mas a Turquia pagou o mesmo preço do Brasil cometendo erros de saque no quinto set quando tinha importante, não decisiva, vantagem no placar.

E contra a Itália, repetindo, é fatal.

Ainda mais quando você tem do outro lado duas opostas espetaculares e acima da média como Egonu e Antropoova, a ponta Sylla inspiradíssima e Alessia Orro esbanjando lucidez.

A confiança da Itália impressiona.

Uma seleção que se recusa a perder, não se entrega e resiste toda e qualquer adversidade emocional.

A maneira como a Itália conduziu a virada no quinto set é para poucos.

É mais um exemplo da mentalidade construída por esse grupo que entra para a história do esporte.

É indiscutível que a Itália não é apenas superior tecnicamente aos demais, como tem muito mais elenco.

A principal diferença é que a seleção italiana não confunde o que merece com o que aceita.

O que resta aos outros, humildemente, é aceitar que a Itália é a melhor do mundo.