Cinegrafia da banda Mamonas Assassinas chega aos cinemas

Estreia no dia 28 de dezembro o filme da banda que foi fenômeno nos anos 90: Mamonas Assassinas – o impossível não existe apresenta a saga dos 5 jovens de Guarulhos rumo ao estrelado. Depois de quase 30 da tragédia que matou todos os integrantes, o filme foca na história pregressa ao sucesso, como a formação da banda e o esforço para viver de música.

Foi impossível não me lembrar da adolescente que fui. Nos meus 12 anos, a banda estourou e, em apenas 7 meses de carreira, vendeu 3 milhões de cópias do único disco, rodou o país em apresentações, ocupou a vitrine dos maiores programas de televisão da época e tocou em todas as rádios com suas letras irreverentes - que estavam na ponta da língua. Foram onipresentes.

Por afetividade, vale a pena ver o filme dirigido por Edson Spinello. O elenco principal é bom, em muito se assemelha à banda original e se mostra à vontade com as personagens. Em alguns momentos, o longa pareceu um capítulo de novela com sequencias de cenas costuradas, com personagens que surgiam de uma hora para outra e alguns diálogos que não precisam existir.

A irreverência dos garotos me pareceu imaturidade, a julgar pelo o que foi exposto dos relacionamentos. Não entendi o propósito, dentro do roteiro, de explorar as relações afetivas, como se fosse engraçado ser um pouco canalha. A construção ficou machista, especialmente por trazer mais de uma situação em que uma mulher queria se aproveitar do sucesso dos rapazes. Sendo baseado em fatos reais ou um não, acredito que haveria outra forma de mostrar as possíveis manipulações.

De toda forma, o filme vale para se divertir, relembrar as músicas e celebrar o sonho. O famoso discurso do vocalista Dinho, quando a banda se apresentou em sua cidade natal e lavou a alma, relembrando o descrédito, foi reproduzido e apresentado na versão original. Para a banda original, que ganhou o país em tão pouco tempo, o impossível realmente não existiu.