“Neste momento, as copas não me importam. Quando chegar o momento das copas, penso nas copas. Somos profissionais e não podemos pensar nas copas quando temos jogos importantes como os do Brasileiro”. Foi o que disse Gabriel Milito na última entrevista coletiva, quando perguntei sobre o aumento da pressão do Atlético para vencer uma das copas em função da campanha ruim na Série A. Ele está certo. Mas ainda bem que a missão é dele (e deles), e não minha (e nossa).
É óbvio que jogadores e comissão técnica precisam focar no Brasileirão enquanto as copas não voltam. O segundo jogo contra o Vasco é só no dia 19, e até lá temos mais duas partidas da Série A. O primeiro dos três desafios do intervalo já foi, e o Galo, após abrir 2 a 0, cedeu o empate ao Vitória de forma vergonhosa. Como jornalista, obviamente, critiquei a falta de foco dos jogadores no Campeonato Brasileiro. Inadmissível. Ganham muito bem (e em dia) pra entregar o melhor em todas as competições.
Como torcedor, porém, confesso: também não tenho conseguido focar no Brasileirão. Acho que há muito tempo não estou tão desconectado com a classificação da competição como neste ano. O Galo está em 10º ainda? Perdeu posições? Estamos a quantos pontos do G-6 mesmo? Claro que eu posso abrir a tabela e checar as informações, mas estou transferindo pra esse texto minhas dúvidas (que em condições normais não existiriam) pra ilustrar que eu realmente não estou em dia com nossa realidade na Série A.
Sendo sincero, rebaixamento nem passa pela minha cabeça. Acho que não corremos o risco, apesar de ter medo de falar isso. Sobre G-6, acho que é obrigação do Galo melhorar o rendimento e buscar uma aproximação, até pela possibilidade de o G-6 virar G-7, G-8… Mas o ponto é: as semifinais não saem da minha cabeça.
Depois de amanhã tem Galo x Grêmio, mas só penso em Vasco x Galo e Galo x River Plate. Arana vai voltar a tempo? E o Zaracho, volta quando? Será que vamos pra São Januário fechadinhos ou pra atacar? Paulinho vai aguentar os dois jogos em quatro dias? Se der tudo certo contra esses dois adversários, estaremos nas finais da Libertadores e da Copa do Brasil numa mesma temporada pela primeira vez na história. Já pararam pra pensar? Estamos a três jogos de algo histórico e inédito.
Beleza, deixei o torcedor falar um pouco. Admiti que o Brasileirão, hoje, não tira meu sono, nem altera minha pressão ou os batimentos cardíacos. Agora é hora de o jornalista reassumir a redação deste texto: depois de amanhã, contra o Grêmio, os jogadores têm obrigação de demonstrar um compromisso maior com o jogo do que tiveram contra o Vitória. É um trabalho como outro qualquer: tem a parte mais legal e a parte mais chata, mas você tem que executar todas elas com o mesmo profissionalismo.
Imagino que Milito use um time mais titular, pra voltar a descansar os principais jogadores contra o Fortaleza. Que desta vez valha a pena. Na última ocasião que usamos titulares no Brasileirão, perdemos pro Palmeiras em Campinas. Precisamos voltar a pontuar na Série A. Depois, aí sim, voltamos a respirar as copas.
(Claro que vale a máxima do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Eu vou publicar esse texto e, na sequência, abrir notícias do River Plate).
Saudações atleticanas!