Admita: você ficou ‘militizado’ nos primeiros jogos de Gabriel Milito no Atlético. Todos nós ficamos. Vimos padrão de jogo, intensidade, resultados e um Galo de encher os olhos. Voltamos a sonhar com coisas grandes, depois de uma reta final melancólica na “era Felipão”. Alguns meses se passaram, e o encanto não é mais o mesmo - pelo menos para grande parte da torcida. Tá na hora de a gente resgatar a sinergia. E isso depende do time.

O Galo caiu de produção, e as possíveis razões foram, aos poucos, se esgotando. Aqui é importante mencionar que as “desculpas” nunca saíram da boca do treinador. Ele teve 12 desfalques em um mesmo jogo e não usou isso como argumento. Jogou sei lá quantos jogos num gramado abaixo da crítica e nunca apontou esse fator como decisivo para a irregularidade técnica - mesmo questionado sobre o tema várias vezes. A busca por explicações era nossa, de quem não entendia a queda de produção.

Agora nem tem sentido a gente olhar pra trás pra entender o que aconteceu. O foco tem que ser o reencontro com a regularidade. Por quê? Porque os problemas foram, em tese, resolvidos. E principalmente porque é a nossa última chance. Ou a gente retoma desempenho agora, ou nossos próximos adversários não vão perdoar. Lembrem-se: vamos pegar os atuais campeões na Copa do Brasil e na Libertadores já nas próximas semanas.

O gramado era um problema? Evidente. Pois bem, vamos pegar o Flu no Mineirão e, segundo o Clube, a partir do jogo contra o São Paulo (volta), a Arena MRV terá boas condições. Elenco? Reforçado no meio da temporada, agora já tem ao menos duas peças por posição, e os novos contratados já não são tão novos assim pra gente usar a muleta da adaptação. E o cara do time? Tá voltando - Hulk já iniciou a transição. Faltava um 9 pra algumas ocasiões, né? Deyverson chegou pra isso. É agora ou nunca. Ou vai, ou racha.

Eu tenho a tendência de ser otimista, então vamos lá: lembro que, em 2021, o Atlético fez uma fase de oitavas de final da Libertadores bem abaixo do esperado. Jogos ruins contra o Boca Juniors - lá e cá - e classificação heroica, nos pênaltis, com Everson salvando até com golaço. Dali em diante, o Galo fez 38 partidas na temporada e perdeu só quatro, uma delas de ressaca e com um time reservão, contra o Grêmio, no Sul.

Não espero um novo 2021, até porque seria pretensão demais da minha parte, mas a história é nossa, está viva na memória e pode, sim, ser usada como referência. Jogos ruins existem, mas, pra um time campeão, precisam ser exceção. A regra tem que ser um desempenho mais sólido, e eu de fato acredito que a gente pode reencontrá-lo. Experimenta jogar bem uns cinco joguinhos seguidos aí, Galo, pra você ver. Rapidinho tá todo mundo 'militizado' de novo.