Não precisava desse drama todo. O adversário era fraco, jogamos em casa e tínhamos a vantagem do empate. Até criamos pra vencer, mas esbarramos no nervosismo, na trave, na falta de precisão e numa desorganização que ainda é marca deste Galo de 2025. Tomamos um gol numa clássica “bola bandida”, pelo alto, e precisamos dos pênaltis (e de São Everson do Califórnia) pra passar. Mas passamos. E essa classificação pode significar muita coisa.
A zona mista pós-jogo foi bem interessante. Gostei das declarações dos atletas, principalmente Lyanco e Scarpa. Se durante a semana esses caras passaram impressões bem ruins pra gente naquelas briguinhas em rede social, ontem, nos microfones, passaram um outro recado: está tudo resolvido, foi um mal entendido e vamos dar a volta por cima, como um grupo. Tomara.
Em campo, Cuca escalou um 4-1-4-1, com Vera à frente da zaga. Não é o volante que precisamos (ao que parece, ele está chegando), mas pelo menos é da posição. Acho que o esquema pode funcionar, mas ainda precisa de muitos ajustes e, principalmente, mais regularidade. O Galo ainda é um time pobre, que tem problemas evidentes na transição ofensiva e marca mal a entrada da sua área. Mas, pelo menos, já deu pra ver um ponto de partida de alguma melhora.
Existe um mundo em que as coisas vão se ajeitar a partir de agora. Ontem, quando o jogo foi pros pênaltis, o normal seria lembrar de Galo x Olímpia (até pela coincidência das datas), mas eu só conseguia lembrar de Afogados x Galo. Time em crise, classificação definida nas penalidades contra um adversário muito inferior… A cara da tragédia. Ainda bem que o final foi diferente. Dessa vez, passamos. Mas tem uma coisa que eu torço pra que seja igual: o choque de realidade.
Esse tipo de episódio serve pra dar uma sacudida. Em todo mundo. Serve pro clube perceber o que tá errado (e tem muita coisa errada). Pra levantar a poeira e corrigir a rota. Espero que aconteça tudo isso. Que a direção do clube passe a honrar seus compromissos rigorosamente em dia, que os reforços necessários cheguem, que o grupo se una de verdade, que Cuca consiga dar um padrão de jogo à equipe e que, por consequência, a torcida volte a entupir a Arena e jogar junto.
Se tudo isso acontecer, tenho certeza: podemos fazer um segundo semestre digno, brigando na primeira parte da tabela do Brasileiro, mirando uma vaguinha na Libertadores e, quem sabe, brigando pelo inédito título da Sul-Americana.
Amém? Eu escolhi acreditar.
Saudações.