Antes do sorteio da Copa do Brasil acontecer, eu já tinha em mente que o confronto ideal para o Cruzeiro seria o clássico. Acredito que ainda existam certas contas a serem acertadas no dérbi, especialmente em função dos enfrentamentos desta temporada.

No clássico pelo Campeonato Mineiro, a expulsão de Gabigol e a não punição de Lyanco comprometeram o desenvolvimento da partida. Na final do Estadual, não houve o esperado duelo com o Atlético. Um Cruzeiro inconstante e oscilante acabou sucumbindo de forma inesperada. Quando os dois rivais voltaram a se enfrentar no primeiro turno do Brasileirão, Cuca conseguiu montar uma retranca eficiente e travar a Raposa no Mineirão.

Primeiro ponto: o Cruzeiro precisa estar preparado para enfrentar times que jogam recuados, oferecendo campo e posse de bola em troca de uma jogada fortuita que os coloque no confronto.

Segundo ponto: espero que, até lá, o Cruzeiro esteja reforçado. Será fundamental ter um time equilibrado, com múltiplas opções capazes de sustentar a intensidade proposta por Leonardo Jardim e trazer uma nova dinâmica diante de um adversário que pode ser letal ofensivamente.

Terceiro ponto: o jogo decisivo será no Mineirão, com mando do Cruzeiro. Nos últimos tempos, o clube tem acumulado resultados frustrantes quando carrega a expectativa de uma grande festa diante da sua torcida. Chegou a hora de virar essa página e fazer um enfrentamento memorável, à altura dos murais que hoje estampam a Toca da Raposa II.

Cabe também ao torcedor entender que este será um jogo de batalha — e cada voz é uma arma. É hora de deixar os vídeos de lado nas redes sociais e se dedicar totalmente ao alento, ao apoio incondicional. Se for preciso, que se saia sem voz do Mineirão.

Quarto ponto: vamos ver qual será a postura dos dirigentes, mas considero lamentável que um clube como o Atlético não consiga garantir ao menos 10% da carga de ingressos para torcedores do Cruzeiro na Arena MRV.

Compreendo que a civilidade deveria estar enraizada na cultura futebolística para evitar as cenas de vandalismo que presenciamos na primeira experiência. No entanto, infelizmente, apenas uma segurança reforçada tem se mostrado capaz de impedir que criminosos sigam infiltrados entre as torcidas.

Porém, tenho muita esperança que isso mude. Acredito que a implementação atual da biometria seja o passo definitivo para punir e inibir esse tipo de comportamento. Com a efetividade dessa ferramenta, não me parece mais impossível garantir a presença da torcida celeste no estádio rival. Mas, além disso, é necessário que o Atlético também ofereça todas as condições, inclusive de dignidade, para que isso aconteça. Enfim, torço para que ambas as partes prezem pelo bom senso quando as conversas forem feitas. O maior jogo do estado merece ser acompanhado por todas as torcidas.